Internacional
EUA exigem fim de hostilidade entre israelenses e palestinos

Washington Os Estados Unidos pediram, ontem, que a resolução 1402 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que exige um cessar-fogo por parte de israelenses e palestinos e a retirada das forças israelenses de Ramallah, seja aplicada imediatamente. O porta-voz-adjunto do Departamento de Estado, Philip Reeker, lembrou que a resolução, adotada no sábado (30), exige a plena colaboração das partes com o emissário norte-americano Anthony Zinni e a retirada das forças israelenses das cidades palestinas ocupadas, em particular de Ramallah. O porta-voz anunciou a preocupação norte-americana com a situação em Ramallah e em outras áreas para onde as forças israelenses estão se movendo. Nós lamentamos os palestinos inocentes mortos e feridos e pedimos que Israel evite ao máximo ferir civis e pedimos que permita o acesso de serviços humanitários, disse Reeker. O porta-voz completou que estes são passos decisivos (que) devem ser dados agora. Esse pedido pode parecer contrário à posição do presidente, George W. Bush, que havia dito no sábado que Israel tem direito a se defender de ataques terroristas. No entanto, enquanto a ONU determinou que as tropas israelenses devem sair das cidades palestinas ao mesmo tempo em que há a negociação, os EUA interpretam a resolução 1402 da mesma forma que o governo israelense: o cessar-fogo é a sentença mais importante do documento, de acordo com o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. Resposta árabe Enquanto a comunidade internacional discute a resolução da ONU, os governos árabes, pressionados pela opinião pública de seus países, avaliam a possibilidade de adotar uma resposta própria à ofensiva militar israelense nos territórios palestinos. O Conselho da Liga Árabe realizará, hoje, no Cairo uma reunião de emergência para discutir formas de apoio ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, cercado pelos israelenses desde sexta-feira (29) em Ramallah. Na reunião, que será presidida pelo secretário-geral da Liga, Amro Musa, estarão representados os 22 países que integram o organismo, incluindo a Palestina, segundo fontes da organização. Musa acusou, ontem, o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, de ser um arrogante assassino dos palestinos e disse que os Estados Unidos agem com parcialidade. Forças de Israel invadem Belém Jerusalém O Exército israelense intensificou, ontem, sua ofensiva na Cisjordânia: ocupou Qalqilya e ampliou a presença de suas tropas em Belém e Tulkarem, apesar das críticas internacionais. Enquanto isso, continua pressionando o presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, que se encontra isolado e incomunicável em Ramallah, uma cidade autônoma declarada zona militar fechada. A cidade de Qalqilya, ao norte da Cisjordânia, foi totalmente ocupada durante a noite. Ontem, nossas tropas aumentaram e mudaram de posição em Belém e Tulkarem, afirmou um porta-voz do Exército em Jerusalém. Ele também admitiu que oito soldados ficaram feridos, um deles em estado grave, na explosão de uma bomba quando uma casa era revistada. Tanques israelenses entraram ontem na cidade autônoma de Tulkarem, na Cisjordânia, segundo fontes dos serviços de segurança palestinos. A incursão provocou tiroteios esporádicos à medida que os tanques avançavam, mas não houve feridos, disseram as fontes. Tanques israelenses também entraram na cidade de Belém, segundo fontes palestinas. Entretanto, outras fontes, também palestinas, afirmam que os tanques estariam na entrada da cidade. O papa João Paulo II pediu ontem aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro que rezem por Belém, que vive horas difíceis e está em muito perigo. Em Tulkarem, segundo os serviços de segurança palestinos, pelo menos oito palestinos suspeitos de colaborar com Israel foram assassinados por um grupo de homens armados não identificados. Os corpos de outros dois palestinos também suspeitos de traição foram encontrados nas ruas de Qalqilya.