EUA pedem que Brasil mude controle de turistas
Washington e Brasília Os Estados Unidos queixaram-se ontem da lentidão das novas medidas aplicadas no Brasil para o controle de identidade dos turistas norte-americanos que entram no país e pediram mudanças. Dissemos aos brasileiros que estas medidas
Por | Edição do dia 07/01/2004 - Matéria atualizada em 07/01/2004 às 00h00
Washington e Brasília Os Estados Unidos queixaram-se ontem da lentidão das novas medidas aplicadas no Brasil para o controle de identidade dos turistas norte-americanos que entram no país e pediram mudanças. Dissemos aos brasileiros que estas medidas representam uma terrível inconveniência para os passageiros e que precisam, sim, ser mudadas, disse à imprensa Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado. Desejaria que eles descrevessem por que estão fazendo isto, se por castigo ou reciprocidade ou o quê, acrescentou Boucher. O governo norte-americano afirma, além disso, que a medida tomada pelo Brasil está afetando as viagens entre os dois países. Achamos, pelo visto, que foi um programa aplicado com pressa, que não foi bem preparado, e que resulta em atrasos significativos, o que não interessa aos Estados Unidos, aos passageiros norte-americanos e, francamente, ao Brasil em termos de atrair negócios e turistas, disse Boucher. Reciprocidade A decisão da Justiça brasileira de fotografar e recolher as impressões digitais de cidadãos norte-americanos que chegam ao Brasil serve, na avaliação do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), para mostrar ao governo dos Estados Unidos que fichar brasileiros nos aeroportos americanos é uma decisão exagerada e que deve ser eliminada. A medida adotada pelo juiz federal Julier Sebastião da Silva, de Mato Grosso de fichar os cidadãos norte-americanos que chegam ao Brasil entrou em vigor no início do ano e deverá valer enquanto durar o mesmo sistema adotado pelo governo dos Estados Unidos. Eduardo Suplicy, que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), admitiu que as medidas de segurança adotadas pelo governo americano podem prejudicar a circulação de pessoas entre os dois países, o que considera grave, já que vai afetar principalmente o turismo. No entanto, ele considerou ainda mais grave a decisão dos Estados Unidos com relação ao Brasil, uma vez que cidadãos de 27 países, incluindo os da União Européia e do Japão, não precisam ser fichados ao desembarcarem naquele país.