Plano de paz econ�mico prev� livre com�rcio entre palestinos e Israel
A cooperação econômica entre Israel e um futuro Estado palestino é essencial para a paz na região, sugere uma nova proposta elaborada por acadêmicos israelenses e palestinos. Os estudiosos produziram um plano de paz econômico como uma emenda não-oficia
Por | Edição do dia 28/01/2004 - Matéria atualizada em 28/01/2004 às 00h00
A cooperação econômica entre Israel e um futuro Estado palestino é essencial para a paz na região, sugere uma nova proposta elaborada por acadêmicos israelenses e palestinos. Os estudiosos produziram um plano de paz econômico como uma emenda não-oficial ao plano de paz para o Oriente Médio proposto pelos Estados Unidos, em junho de 2003. O documento, resultado de dois anos de pesquisas, foi feito com a ajuda do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Européia. Mas os autores da proposta salientam que, com as atuais condições, as esperanças de desenvolver um livre comércio são praticamente nulas. Gilbert Benhayoun, professor da Universidade de Direito, Economia e Ciências de Aix-Marseilles III, na França, disse que até agora não foi dada importância suficiente para o lado econômico do processo de paz. Os autores do documento afirmam que o objetivo é traçar caminhos para que ambos os lados se recuperem da devastação econômica causada pelos três anos de conflito. Em Israel, a bolha de tecnologia dos anos 90 terminou em recessão, com longas filas de desempregados e um déficit orçamentário cada vez maior. Para os palestinos, os três anos de intifada significaram mais pobreza. O número de pessoas vivendo com menos de US$ 2 por dia triplicou para 60% da população, de acordo com os dados do Banco Mundial. O plano começa com uma fase de resgate, durante a qual Israel deveria abolir algumas das restrições de viagens, permitindo que trabalhadores e produtos pudessem circular com maior facilidade. Também é previsto que sejam novamente transferidas as receitas de impostos para a Autoridade Palestina. Na segunda fase, a Autoridade Palestina retomaria o controle econômico de um Estado temporário, que se tornaria permanente na terceira fase. Uma zona de livre comércio seria criada, sendo que os trabalhadores palestinos teriam preferência, embora com acesso limitado, aos empregos em Israel.