Bush afirma querer a verdade sobre o Iraque
Washington - O presidente George W. Bush disse nesta sexta-feira que quer saber a verdade sobre as propaladas armas de destruição em massa do Iraque. A declaração foi feita em meio à pressão cada vez maior do Congresso para que a Casa Branca responda po
Por | Edição do dia 31/01/2004 - Matéria atualizada em 31/01/2004 às 00h00
Washington - O presidente George W. Bush disse nesta sexta-feira que quer saber a verdade sobre as propaladas armas de destruição em massa do Iraque. A declaração foi feita em meio à pressão cada vez maior do Congresso para que a Casa Branca responda por que, afinal, nenhuma das armas proibidas de Saddam Hussein foi encontrada até agora - dez meses após o início da guerra. Bush não disse, entretanto, se um inquérito será aberto como foi recomendado pelo ex-chefe dos inspetores de armas dos EUA no Iraque, David Kay, e por legisladores. A demanda por uma investigação foi reforçada na quinta-feira pelas declarações da assessora de Segurança Nacional de Bush, Condoleezza Rice. Ela foi o primeiro integrante de alto escalão do governo Bush a admitir publicamente que os dados usados pela Casa Branca como principal argumento para a guerra poderiam estar errados. Ontem, Bush disse que queria poder comparar o que foi encontrado pelo Grupo de Buscas do Iraque chefiado por Kay com as informações fornecidas ao governo pelos serviços secretos americanos antes da guerra. Quero que o povo americano saiba que eu também quero conhecer a verdade, disse a repórteres na Casa Branca. Ele insistiu em afirmar a necessidade do ataque ao Iraque, entretanto, dizendo que Saddam Hussein era um perigo. Lidamos com o perigo, e, como resultado, o mundo é um lugar melhor e mais pacífico e o povo iraquiano está livre. Horas antes das declarações de Bush, os comitês de inteligência do Senado e da Câmara dos Deputados dos EUA revelaram uma série de falhas nas informações sobre o Iraque usadas pelo governo para justificar a guerra. Segundo o jornal Washington Post, as falhas são semelhantes às identificadas pelo ex-chefe dos inspetores de armas dos EUA no Iraque. De acordo com o Post, os comitês do Senado e da Câmara acreditam agora que os analistas da Agência Central de Inteligência (CIA) e seus superiores não consideraram seriamente a possibilidade de Saddam Hussein não ter mais armas de destruição em massa.