Internacional
Exército russo perde o controle de mais cidades ucranianas
Prefeitura de Mariupol, no sul ucraniano, afirma que a invasão russa causou a morte de 5 mil civis Prefeitura de Mariupol, no sul ucraniano, afirma que a invasão russa causou a morte de 5 mil civis

O Exército russo perdeu mais espaço no território ucraniano. As tropas, segundo autoridades locais, já não controlam mais a cidade de Irpin e áreas periféricas de Kharkiv e Kiev, capital e coração do poder. Na segunda-feira (28), o prefeito de Irpin, Oleksandr Markushyn, anunciou a retomada do controle total da cidade, que fica a poucos quilômetros de Kiev. “Temos boas notícias hoje: Irpin foi libertada. Entendemos que haverá mais ataques à nossa cidade, e vamos defendê-la corajosamente”, comemorou. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, também anunciou que o Exército ucraniano retomou o controle de áreas do subúrbio da cidade. O governo ucraniano afirma que as forças de segurança reconquistaram o controle da área de Mala Rogan, na periferia de Kharkiv, a segunda maior cidade do país. Na sexta-feira (25), o Pentágono, órgão de defesa dos Estados Unidos, afirmou que o Exército russo perdeu o controle da cidade de Kherson, a primeira que foi tomada pelas tropas do presidente Vladimir Putin.
A Rússia não comentou a afirmação. Segundo o Pentágono, os ucranianos estão lutando para retomar a região estratégica geograficamente. As informações foram divulgadas por agências internacionais de notícias. A Prefeitura de Mariupol, no sul ucraniano, afirma que a invasão russa causou a morte de 5 mil civis. A região está sitiada há mais de 20 dias. Nesta segunda-feira (28), o prefeito da cidade, Vadym Boichenko, afirmou que o Exército russo “prendeu” milhares de moradores de Mariupol sem energia e com poucos suprimentos. Segundo autoridades locais, 90% dos prédios foram danificados e 40% destruídos, incluindo hospitais, escolas, creches e fábricas. Cerca de 140 mil pessoas fugiram da cidade. “A situação continua difícil. As pessoas estão além da linha de catástrofe humanitária”, denunciou Boichenko.
DECLARAÇÕES DE BIDEN
No domingo (27), as duras declarações feitas pelo presidente americano, Joe Biden, contra o russo Vladimir Putin na véspera continuaram repercutindo. Os comentários de Biden, que chamou Putin de "açougueiro" e disse que ele não poderia permanecer no poder, marcaram uma escalada no tom usado pelos EUA contra a Rússia desde o início da guerra. "Eu não usaria esse tipo de formulação porque continuo mantendo discussões com o presidente Putin", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, ao canal de TV France 3.
"Queremos parar a guerra que a Rússia lançou na Ucrânia sem escalada -esse é o objetivo", acrescentou, dizendo que quer obter um cessar-fogo e a retirada das tropas por meios diplomáticos. "Se é isso que queremos fazer, não devemos escalar as coisas -nem com palavras ou ações", disse. Em visita a Jerusalém, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, minimizou o ponto mais polêmico do discurso. "Acho que o presidente, a Casa Branca afirmou ontem à noite que, simplesmente, o presidente Putin não pode ter poderes para fazer guerra ou se envolver em agressão contra a Ucrânia ou qualquer outro país", afirmou. "Como vocês sabem, e como vocês nos ouviram dizer repetidamente, não temos uma estratégia de mudança de regime na Rússia ou em qualquer outro lugar. Neste caso, como em qualquer outro, cabe ao povo do país em questão. Depende do povo russo", completou.
COMUNICADO DA CASA BRANCA
A Casa Branca já havia lançado um comunicado à imprensa dizendo que Biden "não pediu uma mudança de regime na Rússia", apenas "argumentou que Putin não pode exercer poder sobre seus vizinhos ou sobre a região". Ao ser questionado sobre o discurso pela agência Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que "não cabe a Biden decidir isso". "O presidente da Rússia é eleito pelos russos", afirmou.