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Nº 5814
Internacional

Corte militar vai julgar culpados por golpe de estado na Venezuela

Caracas – O vice-presidente da Venezuela, Diosdado Cabello, declarou, ontem, que o país vive situação de total normalidade e que não enfrenta distúrbios, prisões e assassinatos de políticos, mas confirmou a prisão de vários civis e militares acusados de

Por | Edição do dia 16/04/2002 - Matéria atualizada em 16/04/2002 às 00h00

Caracas – O vice-presidente da Venezuela, Diosdado Cabello, declarou, ontem, que o país vive situação de total normalidade e que não enfrenta distúrbios, prisões e assassinatos de políticos, mas confirmou a prisão de vários civis e militares acusados de envolvimento no golpe de Estado que tirou o presidente Hugo Chávez do poder temporariamente, de acordo com a imprensa venezuelana. Cabello informou que o almirante Carlos Molina Tamayo continua preso e que tanto ele como outros envolvidos na instauração do governo provisório – liderado pelo empresário Pedro Carmona, 60 –, serão processados sob acusação de rebelião militar. Outras duas pessoas também tiveram ordem de prisão decretada: o general Rafael Damiani Bustillos e o ex-presidente de PDVSA (estatal do setor petrolífero) Guaicaipuro Lameda. Após o retorno de Chávez, a comunidade internacional pediu ao presidente que não agisse contra as pessoas que estivessem envolvidas no golpe. O pedido foi feito porque havia informações de que a imprensa venezuelana havia sido impedida de divulgar notícias e que cerca de cem pessoas haviam sido presas. Cabello disse que não há perseguições políticas e convidou a comunidade internacional a visitar o país para que possa constatar que não existe na Venezuela, neste momento, nenhum tipo de violação dos direitos humanos. “Venham de qualquer lugar do mundo para que vejam o que está se passando na Venezuela”, conclamou. Relações Os militares venezuelanos que tentaram sem sucesso depor o presidente Hugo Chávez na semana passada estavam em contato com a Embaixada dos Estados Unidos em Caracas há pelo menos dois meses, informou, ontem, a revista norte-americana “Newsweek”. Chávez voltou ao poder na madrugada de domingo na Venezuela em um espetacular contragolpe protagonizado por seus oficiais leais, seus fervorosos seguidores e a pressão internacional. Ele voltou pedindo calma à população, enquanto novos saques são registrados em Caracas. A informação da “Newsweek” cita fontes do governo Bush, revelando que no final de fevereiro dois oficiais dissidentes venezuelanos comunicaram à Embaixada dos EUA os planos de um golpe. Hugo Chávez reconheceu publicamente seus erros, ontem, especialmente por ter se referido diretamente a seus adversários em cadeia nacional de rádio e televisão e pediu perdão. “Admito que foi um erro meu quando, em cadeia nacional no ‘Alô, presidente’ (seu programa radiofônico) me referi diretamente a alguma pessoa”, disse, em uma entrevista coletiva em Caracas. Ele refere-se a seus comentários sobre a empresa estatal Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA). “Quando a junta diretora da PDVSA decidiu remover funcionários e eu os nomeei cometi um erro. Reconheço e peço perdão, porque na verdade não é essa a maneira de agir de um chefe de Estado”, concluiu.

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