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Finlândia abandona neutralidade e oficializa candidatura à Otan

Suécia deve ser o próximo país a anunciar adesão ao tratado militar, contrariando a Rússia

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A Finlândia decidiu solicitar a adesão à Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte), conforme anunciaram, nesse domingo (15), o presidente e a primeira-ministra do país, abandonando décadas de não alinhamento militar após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“É um dia histórico. Começa uma nova era”, declarou o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva, ao oficializar o que vinha sinalizando que faria desde a semana passada.

“Conseguiremos segurança e a estenderemos para a região do mar Báltico e para toda a aliança”, disse ele a repórteres.

O Parlamento finlandês deve examinar na segunda-feira o projeto de adesão, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoia a iniciativa. A Suécia também deve solicitar o ingresso no tratado, seguindo Helsinque.

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, permaneceu como um país não alinhado durante 75 anos. Mas depois que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro, o consenso político e a opinião pública se inclinaram a favor da adesão à aliança militar.

O presidente finlandês e a primeira-ministra Sanna Marin tinham anunciado na quinta-feira que eram favoráveis a uma adesão “sem demora” à Aliança Atlântica.

Moscou advertiu em várias ocasiões para consequências caso Helsinque e Estocolmo se juntassem à aliança.

No sábado, Niinistö ligou para o colega russo, Vladimir Putin, para comunicar que o país estava prestes a solicitar a adesão. Putin respondeu que seria um erro o país abandonar sua neutralidade e se unir ao tratado.

Neste domingo, Niinistö disse à rede americana CNN que o líder russo não fez nenhuma ameaça no telefonema do dia anterior. “Ele confirmou que acha que é um erro. Disse que não está nos ameaçando. No geral, a discussão foi muito, eu diria, calma e tranquila.”

Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken anunciou apoio às candidaturas
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken anunciou apoio às candidaturas | Foto: Reuters

SUÉCIA DEVE SEGUIR FINLÂNDIA

Mais reticente em abandonar uma neutralidade que remonta ao século 19, a Suécia também caminha rapidamente para oficializar uma candidatura à aliança militar.

Após debates internos na semana passada, os sociais-democratas da primeira-ministra Magdalena Andersson também anunciaram que são favoráveis à adesão. Após questões burocráticas no parlamento, o próximo passo seria uma solicitação formal do governo de Andersson.

Após a Finlândia anunciar a candidatura, o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, disse que deseja acelerar o processo de ratificação e que o grupo buscará formas de fornecer garantias de segurança para o período provisório, inclusive aumentando a presença da aliança na região.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou que Finlândia e Suécia já são, em essência, membros da aliança e que só falta oficializar essa parceria.

“Suécia e Finlândia não são apenas nossos parceiros, não apenas nossos amigos, eles são nossos familiares europeus há muito tempo. Portanto, vocês têm todo o nosso apoio em todas as decisões que estão tomando para sua própria segurança”, afirmou Baerbock, na reunião da Otan deste domingo.

Também em Berlim, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse neste que os EUA apoiam a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan e que está confiante de que um consenso pode ser alcançado para que todos os membros aprovem uma possível ampliação da aliança militar, inclusive a Turquia.

“Os Estados Unidos apoiariam fortemente um pedido de adesão à Otan por parte da Suécia ou da Finlândia, caso eles decidam se inscrever formalmente”, disse.

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