Washington – A administração Bush disse ontem que se encontrou com opositores do presidente venezuelano Hugo Chávez nos últimos meses, mas negou ter encorajado um golpe na Venezuela. “Nossa mensagem foi firme. A situação política na Venezuela compete aos venezuelanos resolver pacificamente, democraticamente e constitucionalmente...e nós dissemos explicitamente aos líderes da oposição que os EUA não apoiariam um golpe”, disse a repórteres o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. O jornal The New York Times publicou ontem que autoridades do alto escalão da administração Bush se encontraram por várias vezes nos últimos meses com os líderes da coalizão que depôs Chávez por dois dias. Chávez retornou ao poder aclamado no domingo quando tropas leais ao seu governo colocaram um fim ao golpe depois que centenas de pessoas saíram às ruas para pedir a sua volta. Uma autoridade sênior, que não foi identificada pelo jornal, disse ter insistido para que os venezuelanos utilizassem meios constitucionais para retirar Chávez do poder, mas um alto funcionário do Departamento de Defesa disse que a mensagem não foi tão categórica e que as autoridades dos EUA enviaram “sinais informais e sutis” de que a administração Bush não gostava do líder venezuelano. Quando questionado sobre a possibilidade de os EUA terem apoiado, mesmo que não diretamente, o golpe, Fleischer disse não conhecer esses sinais, mas não descartou enfaticamente a possibilidade.