Duhalde amea�a renunciar ao governo argentino
Buenos Aires O presidente argentino, Eduardo Duhalde, deu um ultimato ontem no Congresso e ameaçou deixar o governo se o novo plano econômico não for aprovado e com urgência. O pacote, que prevê a conversão dos depósitos bancários em bônus, sofre forte
Por | Edição do dia 23/04/2002 - Matéria atualizada em 23/04/2002 às 00h00
Buenos Aires O presidente argentino, Eduardo Duhalde, deu um ultimato ontem no Congresso e ameaçou deixar o governo se o novo plano econômico não for aprovado e com urgência. O pacote, que prevê a conversão dos depósitos bancários em bônus, sofre forte oposição popular. Manifestantes argentinos voltaram, ontem, às ruas para já protestar contra o pacote. Parlamentares da oposicionista UCR (União Cívica Radical), o partido do ex-presidente Fernando de la Rúa, ameaçam barrar o pacote no Congresso. O senador da UCR Rodolfo Terragno considerou uma chantagem o fato de o governo condicionar a reabertura dos bancos à aprovação do pacote. Na sexta-feira passada, o Banco Central decretou feriado bancário e cambial no país até que o pacote seja aprovado. Como prevê entraves no Congresso à aprovação do plano Bonex, Duhalde afirmou pela primeira vez publicamente, ontem, que poderia renunciar. O presidente disse que deve seu mandato ao Congresso e que, caso este não esteja de acordo com sua gestão, deve reunir-se e designar outro presidente. Duhalde assumiu a presidência argentina em meio a uma forte crise institucional, após as sucessivas renúncias de De la Rúa, Ramon Puerta (então presidente do Senado), Adolfo Rodriguez Sáa (eleito pelo Congresso) e Eduardo Camaño (então presidente da Câmara). Manifestantes argentinos fizeram uma passeata, ontem, contra o novo feriado bancário e mais um pacote econômico. Munidos de panelas, eles andaram cinco quilômetros no centro de Buenos Aires antes de chegar em frente ao Congresso. O carro do senador Mario Losada foi atingido por pedras.