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Nº 5812
Internacional

Ministro da Economia renuncia e faz aumentar crise argentina

Buenos Aires – O ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, pediu demissão do cargo em decorrência da rejeição parlamentar e popular de seu pacote econômico. A queda de Remes Lenicov detonou uma crise política, rumores de reforma ministerial

Por | Edição do dia 24/04/2002 - Matéria atualizada em 24/04/2002 às 00h00

Buenos Aires – O ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, pediu demissão do cargo em decorrência da rejeição parlamentar e popular de seu pacote econômico. A queda de Remes Lenicov detonou uma crise política, rumores de reforma ministerial e até de antecipação da eleição presidencial, marcada para o final de 2003. O Congresso argentino rejeitou sem ao menos examinar o plano de Lenicov de converter aplicações financeiras em desacreditados títulos da dívida do governo e de fundir bancos públicos. As medidas procuravam evitar uma quebra em cadeia das instituições financeiras. Medidas judiciais liminares têm permitido o saque dos recursos congelados pelo curralzinho, mas os bancos quase não dispõem de recursos para honrar seus compromissos com os clientes. As mudanças no Gabinete do governo argentino não devem se restringir à cadeira da Economia. O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, e o ministro da Produção, José Ignácio de Mendiguren, também puseram seus cargos à disposição de Duhalde. Na noite de hoje, há boatos fortes de que o novo ministro da Economia seria Alieto Guadagni, ex-embaixador no Brasil e ex-secretário de Indústria e Comércio de Carlos Menem. “A equipe econômica preferiu dar um passo atrás para abrir caminho a novas idéias, antes que revoltas sociais intensas voltassem às ruas do país”, afirmou o demissionário vice-ministro da Economia, Jorge Todesca. “A rejeição do Congresso ao pacote econômico foi um ingrediente importante, mas não o único na decisão de Lenicov. Essas decisões não são tomadas de uma hora para outra”, completou Todesca. A saída de Lenicov foi a primeira baixa de peso no governo de Eduardo Duhalde em seus menos de cinco meses de vida. A renúncia de Lenicov trouxe de volta as discussões sobre o fim da flutuação do peso frente ao dólar. O próprio Duhalde já disse que todas as possibilidades de política econômica estão na mesa, inclusive o retorno do câmbio fixo. No mercado negro, o dólar saltou para 3,45 pesos ontem. “O fim do câmbio flutuante seria algo negativo para as já difíceis negociações com o FMI, que exige que a moeda flutue na Argentina. Mas teremos de esperar que o novo ministro da Economia assuma para sabermos qual será a linha a ser seguida pelo governo”, afirma o ex-vice-ministro da Economia Eduardo Cúria.

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