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Nº 5822
Internacional

Rela��o entre Brasil e EUA n�o muda

A relação entre Brasil e Estados Unidos, marcada por divergências no comércio exterior e acusações de protecionismo de ambas as partes nas negociações para a criação da Alca e em relação à guerra no Iraque, deve continuar no nível formal mantido no primei

Por | Edição do dia 21/01/2005 - Matéria atualizada em 21/01/2005 às 00h00

A relação entre Brasil e Estados Unidos, marcada por divergências no comércio exterior e acusações de protecionismo de ambas as partes nas negociações para a criação da Alca e em relação à guerra no Iraque, deve continuar no nível formal mantido no primeiro mandato, na avaliação de analistas democratas. “A América Latina não existe mais e a Alca já acabou”, disse Fishlow. Ele acha que o Brasil deveria basear a sua relação com os Estados Unidos na negociação de um acordo de comércio bilateral, para tentar ampliar as exportações para o Brasil sem ter que depender de um acordo mais geral. Roett descreve as relações entre os dois países como “cordiais” e não acredita que isso vá mudar no segundo mandato do presidente Bush. William Perry concorda: “Houve um esforço muito grande para estabelecer um diálogo com um governo com quem francamente temos diferenças ideológicas bastante grandes”, afirmou. Mas Joel Velasco diz que a responsabilidade não é apenas dos Estados Unidos e que o Brasil precisa definir que posição deseja ocupar no cenário internacional. “O que sempre se pergunta em Washington é o que o Brasil quer fazer nos próximos anos”, afirma. Ele acha que a missão liderada pelo Brasil no Haiti é importante para colocar o país numa posição de destaque no cenário internacional, mas as declarações do governo brasileiro de que pode deixar o país levantam dúvidas sobre o comprometimento do Brasil com essas missões. “Se o Brasil desistir do Haiti isso pode ser visto como um sinal de que o Brasil fala que quer fazer muita coisa, mas não quer se envolver em coisas com grau de risco muito alto. Quer um assento no Conselho de Segurança da ONU, mas é preciso saber se está disposto a pagar o alto preço de pôr em prática políticas que nem todo mundo gosta”. “Estas questões devem ser resolvidas do lado do Brasil antes de nos preocuparmos com o que os gringos vão fazer por nós”, afirma Velasco. América Latina Tanto republicanos como democratas concordam que a política dos Estados Unidos em relação à América Latina não deve mudar neste segundo mandato do presidente George W. Bush. A diferença é que, enquanto republicanos defendem a política atual e dizem que as relações do país com a região “são muito boas”, democratas afirmam que a América Latina “não é nem será prioridade” para o governo americano. “A América Latina não tem uma grande prioridade para o governo. Não tinha nos últimos quatro anos e não vai ter nos próximos quatro”, afirmou o cientista político Riordan Roett, diretor do programa do Hemisfério Ocidental da Universidade Johns Hopkins, em Washington. Na sabatina de confirmação no cargo pelo Senado, na terça-feira, a secretária de Estado nomeada, Condoleezza Rice, citou a América Latina como uma região onde existe o desafio duplo de incentivar mudanças democráticas ao mesmo tempo em que é preciso atuar contra a pobreza e a desesperança. Ela também citou o Brasil como um parceiro importante na região, mas somente depois de ter sido questionada especificamente sobre a política do governo para a região pelo senador democrata Christopher Dodd. O consultor do Departamento de Estado William Perry discorda que o presidente Bush tenha dedicado pouca atenção à América Latina no primeiro mandato. “Pode-se comparar com o ideal e ficar um pouco decepcionado, mas em comparação com o governo Clinton, por exemplo, Bush deu muito mais atenção à América Latina”, afirma.

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