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Nº 5822
Internacional

Trag�dia do holocausto virou objeto de fic��o

Após os sobreviventes do Holocausto terem transformado suas lembranças em literatura, uma nova geração de escritores utiliza a memória das vítimas como material para criar uma ficção de segunda mão sobre a tragédia. No dia 27 de janeiro de 1945, o italia

Por | Edição do dia 28/01/2005 - Matéria atualizada em 28/01/2005 às 00h00

Após os sobreviventes do Holocausto terem transformado suas lembranças em literatura, uma nova geração de escritores utiliza a memória das vítimas como material para criar uma ficção de segunda mão sobre a tragédia. No dia 27 de janeiro de 1945, o italiano Primo Levi foi libertado de Auschwitz pelos russos. Em 11 de abril de 1945, os americanos libertaram o espanhol Jorge Semprún. Após o retorno, ambos tiveram que seguir o forte impulso de prestar testemunho sobre as monstruosidades que tinham vivido e por sorte sobrevivido nos campos de concentração alemães. Os dois escreveram suas memórias, ainda frescas. Primo Levi foi o primeiro sobrevivente de Auschwitz a publicar um livro sobre suas experiências. O relato intitulado Será que é um ser humano? foi lançado na segunda metade de 1947. Por mais que o testemunho de Levi mal tenha sido levado em consideração na época, ou tenha tido uma recepção indiferente, o seu livro representa até hoje um dos textos básicos da chamada “literatura do Holocausto”. Jorge Semprún também tentou escrever suas vivências logo após a libertação de Buchenwald. Ele se debateu durante seis meses para colocar as lembranças no papel. Mas, ao contrário de Primo Levi, achou impossível chegar a uma forma definitiva. Precisou de anos para poder esquecer, primeiro, antes de poder resgatar suas lembranças. Só em 1960 conseguiu escrever o primeiro de seus inúmeros livros sobre o campo de concentração de Buchenwald: A Grande Viagem.

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