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Nº 5822
Internacional

Premi� diz que elei��o derrotou terroristas

São Paulo – O primeiro-ministro interino do Iraque,  Iyad Allawi, afirmou ontem que  vai trabalhar nas próximas semanas para assegurar que grupos minoritários no Iraque tenham representação na Constituição do novo governo. “Os  terroristas foram derrotado

Por | Edição do dia 01/02/2005 - Matéria atualizada em 01/02/2005 às 00h00

São Paulo – O primeiro-ministro interino do Iraque,  Iyad Allawi, afirmou ontem que  vai trabalhar nas próximas semanas para assegurar que grupos minoritários no Iraque tenham representação na Constituição do novo governo. “Os  terroristas foram derrotados”, afirmou, referindo-se aos estimados 60% de participação nas eleições legislativas do último domingo (30). Assim que os resultados das eleições forem conhecidos, os membros da nova Assembléia Nacional vão nomear um novo primeiro-ministro. Analistas apontam que Allawi poderá ser escolhido para continuar no cargo. “Durante o tempo que eu ainda tenho (como primeiro-ministro), vou iniciar um diálogo nacional para garantir que a voz de todos os iraquianos se faça presente no próximo governo”, afirmou Allawi. Iraquianos sunitas (facção à qual pertencia o ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein), em particular, querem conseguir uma representação de peso na nova assembléia, que irá redigir uma nova Constituição iraquiana. Entretanto, nas cidades que concentram a maioria sunita , como Samarra, Fallujah e Ramadi, o número de eleitores foi pequeno e diversos postos de votação permaneceram fechados. Em seu primeiro pronunciamento público depois das eleições, Allawi também pediu aos iraquianos que “deixem as diferenças de lado” e trabalhem em conjunto para conseguir a paz. “Estamos entrando em uma nova era de nossa história e todos os iraquianos, tendo votado ou não, devem ficar unidos para construir o futuro”, afirmou. Diversos líderes de países europeus prometeram ajuda ontem ao Iraque. “Eles (os iraquianos) vão ter o auxílio da UE (União Européia), não há dúvidas sobre isso”, afirmou o chefe da política externa da UE, Javier Solana. Os representantes dos 25 países-membros da UE se encontraram ontem para discutir as eleições iraquianas, e preparar um possível aumento na ajuda européia. Os países que se opuseram à invasão americana em 2003 receberam positivamente a realização das eleições no país. “É uma primeira vitória para o povo iraquiano e é o primeiro passo importante, indispensável para a democracia, e para o processo político do país”, afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Michel Barnier. Na última sexta-feira, a Comissão Européia pediu a aprovação de um orçamento extra, cerca de US$ 260 milhões, para ajudar na reconstrução do Iraque. O dinheiro poderá ser doado ainda este ano. Eleição questionada O Comitê dos Ulemás (autoridades religiosas islâmicas) sunitas do Iraque questionou ontem a legitimidade das eleições legislativas iraquianas. Segundo o porta-voz da organização, xeque Omar Ragheb, o número de eleitores foi muito menor do que o anunciado pela imprensa internacional. “O índice de participação (nas eleições) não é tão alto como se diz, e a imagem que os jornais dão (sobre as eleições) não é real, pois os jornalistas só tiveram acesso a cinco postos de votação”, afirmou Ragheb. O Comitê dos Ulemás muçulmanos chegou a convocar um boicote ao pleito e a principal formação sunita, o Partido Islâmico, se retirou da campanha quando as autoridades negaram seu pedido para adiar por seis meses as eleições por causa das condições de segurança precárias. O religioso também disse que muitos sunitas votaram, sobretudo os que se localizam próximos da capital Bagdá, em Samarra e em Mossul, ao norte do país. “Aceitaríamos os resultados das eleições, ganhas por xiitas, curdos ou sunitas, se tivessem acontecido em um país que não está sob ocupação [americana]”, disse o xeque. Ragheb também afirmou que a posição do Comitê não era positiva frente às eleições, devido principalmente à presença estrangeira no país, e não tanto à participação expressiva dos xiitas no pleito. Ele disse que o rechaço popular à presença das tropas de coalizão lideradas pelos Estados Unidos no país “não cessa de crescer”.

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