Funeral de agente secreto comove It�lia

A Itália prestou ontem homenagens a Nicola Calipari, agente da inteligência italiana morto no Iraque por tiros de soldados dos Estados Unidos na última sexta-feira. Calpari foi atingido quando tentava proteger a jornalista Giuliana Sgrena, que estava sendo levada ao aeroporto de Bagdá para retornar à Itália, após ficar um mês nas mãos de seqüestradores iraquianos. No enterro, em Roma, estava presente o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, responsável pelo envio de Calipari para sua missão no Iraque e um dos principais aliados dos EUA na ação contra Saddam Hussein. A Itália enviou três mil homens ao país. Centenas de italianos foram para as ruas para ver a passagem do carro que levava o caixão de Calipari, coberto com a bandeira da Itália, que foi aplaudido pela multidão. A guarda uniformizada também prestou homenagens ao agente morto. No domingo, cerca de 10 mil pessoas foram às ruas da capital italiana para saudar com bandeiras a passagem do caixão em cortejo fúnebre. Fogo amigo Giuliana Sgrena, 57, repórter do jornal de esquerda Il Manifesto, estava em um carro com três agentes da inteligência italiana a caminho do aeroporto, de onde seguiria para Roma. Em uma barreira na estrada, um veículo blindado dos EUA abriu fogo contra o carro. A jornalista, que diz ter sido alvo dos americanos, foi ferida no ombro e se recupera em um hospital na Itália. A ação dos EUA contra os italianos criou um mal-estar entre os dois governos.