Come�a julgamento de seq�estrador

AGÊNCIA O GLOBO A justiça da Rússia começou a julgar ontem o radical checheno Nurpashi Kulayev acusado de envolvimento no seqüestro em massa de uma escola secundária de Beslan, na república russa da Ossétia do Norte, que resultou na morte de 330 pessoas, a maioria crianças. A promotoria quer prisão perpétua para Nurpashi Kulayev. Segundo autoridades russas, Kulayev, de 24 anos, foi o único dos 32 seqüestradores capturado vivo por forças de segurança durante a operação para libertar mais de mil reféns capturados na escola entre 1º e 4 de setembro do ano passado. Ele foi preso em seu esconderijo em Beslan. Os promotores dizem que Kulayev era parte de um grupo de cerca de 30 extremistas que viajou até a pequena cidade de Beslan, no sul da Rússia, e fez mais de mil reféns na escola local. Eles exigiam que Moscou retirasse suas tropas da república separatista da Chechênia. Cumprindo ordens Após ser preso, Kulayev apareceu na TV dizendo que os invasores cumpriam ordens dos comandantes rebeldes chechenos Shamil Basayev e Aslan Maskhadov. “Quando perguntamos por que deveríamos fazer isso, (o líder) respondeu: porque precisamos desencadear uma guerra em todo o Cáucaso”, disse Kulayev, na época. Basayev posteriormente admitiu ter organizado a ação, enquanto Maskhadov, morto em março por tropas russas, condenou-a. Ontem, a TV russa mostrou Kulayev, um jovem esguio, de longos cabelos pretos, sentado na cela dos réus em um tribunal de Vladivakvaz, capital da região da Ossétia do Norte, que faz fronteira com a Chechênia. Punição Parentes de vítimas da ocupação seguravam retratos dos mortos durante a audiência. Embora tenham celebrado o fato de Kulayev ser levado a julgamento, muitos desses parentes dizem que funcionários públicos corruptos, que foram incapazes de evitar o incidente, também deveriam ser punidos. Nenhum oficial de alta patente foi responsabilizado pela crise, e o presidente da Ossétia do Norte, Alexander Dzasokhov, continua no cargo.