Internacional
Ataques prejudicam acordo de paz

FOLHAPRESS Forças de segurança israelenses anunciaram ontem que vão atacar qualquer palestino que disparar foguetes contra as comunidades judaicas na faixa de Gaza. O anúncio estremece ainda mais o acordo de paz verbal feito entre palestinos e israelenses. O aviso acontece dois dias depois da escalada de violência na região da faixa de Gaza, onde supostos militantes do grupo extremista palestino Hamas atiram foguetes Qassam (de fabricação caseira) contra colônias judaicas, em decorrência da morte de dois palestinos na última quarta-feira. Temos que agir de maneira mais agressiva do que temos feito até agora, afirmou o vice-ministro da Defesa Zeev Boim à rádio pública de Israel. Segundo o jornal israelense Haaretz, forças de segurança israelenses afirmaram que mais de 60 foguetes Qassam atingiram as colônias judaicas na faixa de Gaza nos últimos dois dias. Ninguém pode imaginar que faremos a retirada (dos colonos da região) sob fogo, disse Boim, em uma referência ao plano de retirada de Israel da faixa de Gaza previsto para meados de agosto. Se a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não compreende a mensagem, faremos com que compreenda, advertiu. O surgimento da violência na região ameaça a trégua entre palestinos e israelenses, fruto de um acordo verbal realizado entre o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, durante a cúpula de Sharm el Sheikh (Egito), realizada em 8 de fevereiro último. A tensão entre palestinos e israelenses recomeçou após a morte de um palestino na manhã de quarta. Militantes do Hamas dizem que o homem apenas fazia o patrulhamento em Gaza quando um artefato explosivo -atirado por soldados israelenses- o atingiu. O Exército israelense disse que soldados não podem ser responsabilizados pela morte, já que não costumam atacar as patrulhas.