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Brasil intensifica campanha por vaga

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Fontes do Itamaraty revelaram ontem que o Brasil começou a enviar representantes para cerca de 50 países de todos os continentes a fim de reforçar sua candidatura a membro permanente do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas. Inédita, tal ofensiva diplomática, iniciada neste mês, tem como objetivo conseguir o apoio de países-membros da ONU indecisos ou contrários à candidatura brasileira. Em posse de uma carta do presidente Lula, os diplomatas brasileiros já visitaram desde nações latino-americanas e do Caribe até arquipélagos do Pacífico, como é o caso de Samoa Ocidental e Nauru. “O importante é que nós obtenhamos o apoio de cada país, porque cada país tem um voto na Assembléia Geral,” disse o embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Sardenberg, ontem. De acordo com Sardenberg, os integrantes do chamado Grupo dos Quatro (G-4) - Brasil, Japão, Alemanha e Índia, países que postulam vagas como membros permanentes do CS - vem trabalhando “em conjunto e individualmente” por suas candidaturas em todo o mundo. Na semana passada, o G-4 circulou na ONU um projeto de resolução que prevê a criação de seis novos membros permanentes com poder de veto no CS, além de mais outros quatro membros não permanentes e sem poder de veto. O objetivo do G-4 é ter a resolução votada pela Assembléia Geral da ONU em junho e, em julho, eleger seus quatro membros no mesmo plenário. O próximo passo seria apresentar ao CS uma proposta de resolução emendando o estatuto da ONU quanto à composição do Conselho. Finalmente, todas essas resoluções teriam que ser ratificadas pelos congressos nacionais dos atuais cinco membros permanentes do CS: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. Em quase todos os níveis desse processo, para que suas ambições se concretizem, o G-4 precisa obter o apoio dos Estados Unidos, que até o momento só manifestaram seu apoio oficial à candidatura japonesa. Informalmente, os Estados Unidos têm indicado que não apoiarão nenhuma nova candidatura ao CS que detenha o poder de veto. Os membros do G-4 agora cogitam aceitar a restrição americana à sua proposta, levantando a possibilidade de que o poder de veto dos novos membros só venha a ser obtido a partir de 2020. Além da falta de apoio dos Estados Unidos, o G-4 enfrenta ainda oposição da “União para o Consenso,” um grupo de países liderados por México, Argentina, Itália e Paquistão. Em vez da criação de novos membros permanentes, tais países defendem a criação de dez vagas “semi-permanentes,” rotativas para o CS. Segundo um diplomata do Itamaraty a estratégia individual do Brasil é “comer pelas bordas”, tentando obter simultaneamente o maior número de adesões na América Latina e de países da África, Ásia e Oceania. O Itamaraty estima que o Brasil conte com a adesão de todos os países latino-americanos, à exceção de Argentina, México, Colômbia e Nicarágua. “Nós estamos recebendo manifestações de apoio de todos os continentes”, disse Sardenberg. “Há razões para acreditar que será possível chegar a este total de 128”, acrescentou.

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