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Nº 5808
Internacional

Universo tem 14 bilh�es de anos, revela estudos da Nasa

Cabo Canaveral – A tênue luz das estrelas mais velhas e opacas, cuja luz foi captada pelo telescópio Hubble, confirmou aos cientistas que o Universo tem cerca de 14 bilhões de anos, segundo anunciaram ontem os pesquisadores da Nasa. A estimativa tem marge

Por | Edição do dia 05/05/2002 - Matéria atualizada em 05/05/2002 às 00h00

Cabo Canaveral – A tênue luz das estrelas mais velhas e opacas, cuja luz foi captada pelo telescópio Hubble, confirmou aos cientistas que o Universo tem cerca de 14 bilhões de anos, segundo anunciaram ontem os pesquisadores da Nasa. A estimativa tem margem de erro de 500 milhões de anos para mais ou menos. A conclusão foi tirada por um método totalmente diferente das estimativas anteriores, o que mostra que os cientistas estão no caminho certo. “É como se estivéssemos dizendo: você sempre soube sua idade, mas nunca teve provas”, disse Bruce Margon, do instituto encarregado do Hubble. “Um dia, você abre uma gaveta e lá está sua certidão de nascimento, e a resposta é a mesma”. Essa “certidão de nascimento” foi conseguida apontando o Hubble para um aglomerado globular de estrelas na constelação de Escorpião, a 7 mil anos-luz da Terra (cada ano-luz são cerca de 10 trilhões de quilômetros). Os aglomerados estão entre as estruturas mais antigas do universo, pois surgiram cerca de 1 bilhão de anos depois do Big Bang (a grande explosão que, segundo os cientistas, formou o universo). Dentro desses aglomerados existem milhares de estrelas, entre elas, as chamadas “anãs brancas”, astros que já consumiram todo o combustível em seu núcleo e agora estão se apagando. “São as estrelas mais chatas que você pode pensar, apenas cinzas esfriando”, disse Margon. Cálculo Ocorre que há um ritmo previsível desse esfriamento, e também é possível saber qual era o brilho original das anãs brancas. Basta, portanto, calcular quanto tempo elas levaram para chegar ao seu estágio atual. O resultado foi um pouco inferior a 13 bilhões de anos e os astrônomos – liderados por Harvey Richer da Universidade de Columbia em Vancouver, no Canadá – somaram 1 bilhão de anos na conta por causa do bilhão de anos que eles acreditam haver passado antes do aglomerado ter se formado. Portanto, segundo os cientistas, o Universo tem cerca de 14 bilhões de anos. Até agora, os cientistas calculavam a idade do Universo pela velocidade com que as galáxias se distanciam. Os astrônomos dizem que no princípio, antes do Big Bang, havia um ponto minúsculo que concentrava toda a matéria. A partir daí, o Universo começou a se expandir a uma velocidade determinada. Avaliar sua idade seria, portanto, uma questão de medir distâncias. Problema: não há muito acordo sobre qual é a velocidade de expansão do Universo. Em 1997, o mesmo Hubble havia chegado a um número confiável, que indicava que o universo tem 15 bilhões de anos, mais ou menos. Mas essa conta perdeu credibilidade nos últimos anos, quando os cientistas descobriram uma força misteriosa, batizada de “energia escura”, que faz o Universo se expandir mais rapidamente. Levando em conta a energia escura na equação, os astrônomos refizeram seus cálculos e chegaram à mesma conclusão que agora: o Universo tem entre 13 e 14 bilhões de anos. Imagens “São de tirar o fôlego”. Foi assim que astrônomos do mundo todo saudaram as quatro primeiras imagens do Universo obtidas com a nova câmera do telescópio espacial Hubble, divulgadas pela Nasa terça (30). A Câmera Avançada para Pesquisas (AVC) foi instalada no Hubble por astronautas em março. A missão foi considerada a mais difícil das cinco que já foram enviadas para consertar o telescópio na órbita terrestre.

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