Paris – O novo primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, anunciou, ontem, os seus 27 ministros e secretários de Estado. A principal nomeação foi a do deputado Nicolas Sarkozy, que ocupará o superministério do Interior, da Segurança Interior e das Liberdades Locais. O cargo se transformou num dos principais do governo francês, após o tema da segurança pública dominar as eleições presidenciais. Sarkozy, 47, está sendo chamado de “vice-premier”. Ele era cogitado para ocupar o posto de Raffarin, preferido de Chirac. A “indicação surpresa” foi a do filósofo Luc Ferry para o ministério da Juventude, da Educação Nacional e da Pesquisa. Ele fez parte do grupo dos “novos filósofos”, que criticava os princípios revolucionários de Maio de 68. A pasta da Economia foi para Francis Mer, que era presidente de um dos maiores grupos siderúrgicos europeus e nunca foi político. Uma das metas políticas de Raffarin, 53, é organizar o centro-direita para ganhar as eleições legislativas e evitar assim uma nova coabitação entre Chirac e a esquerda. Mas pesquisa do jornal Libération apontou que 48% dos franceses pretendem votar num deputado que não pertence ao bloco do presidente “para equilibrar o poder político”, contra 41% que querem fortalecer o poder de Chirac. Raffarin é também senador, mas nunca foi eleito pelo voto direto. Na França, os 321 senadores são escolhidos por um colegiado de cerca de 145 mil pessoas.