Internacional
Israel inicia retirada de assentamentos

| Folha Online Com Agências Internacionais O Exército de Israel anunciou ontem a retirada completa de dois assentamentos judaicos na Cisjordânia: Ganim e Kadim. Os dois estavam entre os 25 a serem esvaziados, de acordo com o plano elaborado pelo premier israelense, Ariel Sharon. Moradores dos dois assentamentos - ao norte da Cisjordânia- deixaram suas casas aos poucos durante as últimas semanas. Ontem, as últimas famílias se mudaram. Em um discurso que coincidiu com o início da retirada, exibido pela televisão, o premier israelense, Ariel Sharon, afirmou que ataques militantes após a retirada serão respondidos duramente. O mundo espera pela resposta palestina - uma mão estendida ou o fogo do terror. A uma mão estendida, responderemos com a solidariedade, mas, se houver fogo, responderemos com o mais duro fogo já visto, afirmou. Soldados israelenses entregaram ordens de retirada a nove famílias que ainda permaneciam nas dusa colônias em Ganim e Kadim, e todas concordaram em deixar os assentamentos pacificamente. Antes da saída, os moradores de Kadim realizaram uma cerimônia, pedindo para voltar ao local. Forças de segurança israelenses se posicionaram nos dois assentamentos, que não serão demolidos até a votação do governo, na próxima semana. Nos outros dois assentamentos da Cisjordânia a serem esvaziados - Homesh e Sanur- bastiões da resistência à retirada, forças de segurança se retiraram nesta segunda-feira, depois que moradores se recusaram a receber as ordens de retirada. Nas próximas três semanas, o governo de Israel planeja remover todas as 21 colônias da faixa de Gaza e quatro da Cisjordânia. A retirada marca a primeira vez que Israel retira assentamentos de áreas que foram capturadas com a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, e que fazem parte da demanda palestina para a criação de seu futuro Estado. Enquanto Ariel Sharon diz que a retirada vai melhorar a segurança em Israel, vários ativistas e moradores se opõem ao plano. Gaza No norte da faixa de Gaza, a distribuição das ordens de retirada terminou no final da tarde de ontem no assentamento de Elei Sinai. Segundo o Exército, a maioria dos colonos concordou em deixar suas casas pacificamente até a meia-noite desta terça-feira - quando deve ter início a retirada à força. Um total de 56 das 59 famílias em Elei Sinai concordou em se retirar. No assentamento vizinho de Nissanit, no entanto, apenas nove das 40 famílias de colonos concordaram em sair pacificamente. Apenas uma família permanece no assentamento de Dugit, também ao norte, onde outras seis famílias já se retiraram. Protestos E PRISÕES Na manhã de ontem, cerca de 400 oponentes à retirada bloquearam a principal estrada que leva a Gush Katif, impedindo que um comboio do Exército chegasse ao local. Os manifestantes ameaçaram manter a estrada bloqueada até que Sharon concordasse em cancelar seu plano de retirada de Gaza. Logo após o Exército fechar o cruzamento de Kissufim para marcar o início da retirada, um grupo de jovens saiu do assentamento de Kfar Darom e foi até o cruzamento para protestar contra a ação. Os manifestantes furaram os pneus de jipes do Exército que se dirigiam para Neve Dekalim e cercaram um jipe militar que levava quatro soldados. O jipe deixou o local horas depois, quando a multidão foi dispersada. A polícia prendeu ontem três ativistas judeus de extrema direita que tentavam invadir o Monte do Templo [Esplanada das Mesquitas, para os árabes], em Jerusalém, para protestar contra a retirada israelense na faixa de Gaza. Duas mesquitas se encontram no local. A polícia de Jerusalém, que está em alerta máximo nos últimos dias, efetuou a prisão do grupo.