Internacional
Bush se responsabiliza por falhas

| AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou assumir a responsabilidade pelas falhas do governo na resposta ao furacão Katrina. Segundo Bush, o desastre levantou questões a respeito do preparo do país para lidar com catástrofes naturais e ameaças terroristas. Somos capazes de lidar com um ataque severo? Essa é uma questão muito importante, da qual temos que descobrir a resposta, afirmou Bush. O novo diretor da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês) prometeu intensificar os esforços para providenciar moradia permanente para as dezenas de milhares de sobreviventes do Katrina que estão em abrigos. Nós vamos retirar as pessoas dos abrigos. Nós vamos continuar e conseguir o que elas precisam, afirmou David Paulison, em seu primeiro discurso público desde que foi nomeado para substituir Michael Brown. Brown renunciou ao cargo, rodeado por críticas em relação à resposta do governo ao desastre. Reabertos O aeroporto de Nova Orleans foi reaberto para vôos comerciais ontem pela primeira vez após a passagem do furacão Katrina pela cidade, há duas semanas. O porto da cidade também voltou a operar. O vôo 947 da companhia Northwest Airlines, com origem em Memphis (Tennessee) foi o primeiro vôo com chegada ou saída no Aeroporto Internacional Louis Armstrong, em Nova Orleans, desde que Katrina atingiu a cidade. O vôo chegou à cidade com 30 pessoas a bordo, por volta do meio-dia de ontem (14h de Brasília). Entre os passageiros, estavam funcionários da Fema e dos Centros de Controle de Doenças e Prevenção. O porto da cidade também já retoma suas operações. No final da tarde de ontem, era esperada a chegada do primeiro navio cargueiro após a passagem do Katrina. Três outros navios devem chegar até o final da semana, segundo Gary LaGrange, presidente do porto e gerente-executivo. Segundo LaGrande, o primeiro navio deve trazer 500 containers de café e produtos feitos em madeira vindos da Argentina, do Brasil e do México. Mortos Os corpos de 45 pessoas foram encontrados num hospital inundado de Nova Orleans, aumentando significativamente a contagem de mortos pela passagem do furacão Katrina e suscitando novas questões sobre o colapso do sistema de desocupação da cidade enquanto o desastre ocorria. O número oficial de mortos na Louisiana e no Mississippi em decorrência do furacão passou de 500 na última segunda-feira. Mas em nenhum momento nas operações de socorro, tantos cadáveres haviam sido encontrados num único local. Na semana passada, cerca de 30 corpos foram achados num asilo, num dos bairros mais pobres da cidade. Autoridades do hospital, o Centro Médico Memorial, disse que pelo menos algumas das vítimas morreram enquanto esperavam para ser removidas por quatro dias depois que o furacão chegou, sem eletricidade e com temperaturas próximas de 40 graus. Steven L. Campanini, porta-voz do dono do hospital, Tenet Healthcare, disse que entre os mortos havia pacientes que morreram à espera da retirada, bem como pessoas que morreram antes de o furacão chegar e cujos corpos estavam no necrotério do hospital. Campanini disse que os mortos também podem ser pessoas transferidas na última hora de outros hospitais na vizinhança, que se reuniram no Memorial enquanto esperavam socorro. O número de mortos após a passagem do furacão Katrina por quatro Estados norte-americanos já chega a 513, com 279 mortes só no Estado da Louisiana, outros 218 no Mississippi, 14 na Flórida e 2 no Alabama.