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Nº 5812
Internacional

Israel suspende cerco � Igreja da Natividade e liberta ref�ns

Belém – O cerco das tropas israelenses à igreja da Natividade, em Belém (Cisjordânia), terminou ontem e os 123 palestinos  que estavam detidos no local havia 38 dias começaram a sair da igreja por voltas das 7 horas locais (1h de Brasília). Os 13 palestin

Por | Edição do dia 11/05/2002 - Matéria atualizada em 11/05/2002 às 00h00

Belém – O cerco das tropas israelenses à igreja da Natividade, em Belém (Cisjordânia), terminou ontem e os 123 palestinos  que estavam detidos no local havia 38 dias começaram a sair da igreja por voltas das 7 horas locais (1h de Brasília). Os 13 palestinos mais procurados por Israel foram os primeiros a sair do templo. Eles deixaram o local um a um e passaram por detectores de metais instalados pelo Exército para assegurar que não portavam armas. O grupo de homens, que foram identificados na base militar israelense de Edzión, viajaram para o aeroporto de Tel Aviv onde um avião britânico os levou para Chipre. Na ilha mediterrânea ficarão alguns dias custodiados por forças cipriotas, até o acordo da União Européia que determinará sua divisão por diferentes países. Um deles saiu ferido em uma perna deitado em uma maca acompanhado por dois freis franciscanos e um greco-ortodoxo. Pelo acordo, outros 26 palestinos considerados menos perigosos por Israel devem seguir para Gaza e ficam sob tutela da Autoridade Palestina. Todos os outros civis passaram por uma revista e saíram livremente, enquanto o porta-voz do Exército israelense, Olivier Rawovicz, justificava a deportação dos 13 supostos terroristas afirmando que nenhum terrorista, nenhum assassino vai ficar em Belém”. O cerco à igreja da Natividade começou no dia 2 de abril, quando tropas israelenses impediram que palestinos refugiados na igreja deixassem o local, um dos mais sagrados do Cristianismo, onde, segundo a tradição, teria nascido Jesus Cristo. Mau-cheiro O odor de urina foi a primeira coisa notada pelos visitantes que entraram na igreja da Natividade, ontem, após o fim do impasse de 38 dias entre militantes palestinos e o Exército israelense. Mas a gruta onde os cristãos acreditam que Jesus tenha nascido foi “preservada”, afirmou uma jornalista que entrou no santuário construído em Belém no Século IV. “Quando você atravessa a porta, sente o cheiro”, afirmou Anne Garrels, da rede americana National Public Radio, uma das primeiras repórteres que tiveram permissão para entrar na igreja depois que 39 militantes palestinos partiram para o exílio. Ela afirmou que a igreja não foi danificada, mas exalava cheiro de urina e os altares estavam cobertos por restos de comida. Havia edredons jogados pelo chão, assim como jaquetas e capacetes deixados pelos militantes palestinos. “A gruta está absolutamente intacta, até onde pude ver”, afirmou Garrels. “Nada foi feito ali.” Pouco depois que os militantes saíram, os padres discordaram sobre se autorizavam a entrada de especialistas em explosivos do Exército israelense, mas acabaram aprovando a inspeção. “Encontramos 40 explosivos e cinco rifles escondidos e o Exército de Israel está desativando os artefatos agora”, disse o porta-voz do Exército. “Alguns mosaicos das janelas foram danificados”, afirmou um dos religiosos que ficaram confinados.

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