Arafat deixa QG em Ramallah para ir � Igreja da Natividade
Belém O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, saiu de seu quartel-general e foi a Belém, em sua primeira viagem fora de Ramallah desde dezembro, um dia depois do revés sofrido pelo primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, cujo partido Lik
Por | Edição do dia 14/05/2002 - Matéria atualizada em 14/05/2002 às 00h00
Belém O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, saiu de seu quartel-general e foi a Belém, em sua primeira viagem fora de Ramallah desde dezembro, um dia depois do revés sofrido pelo primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, cujo partido Likud (o partido de Sharon), rejeitou a idéia da criação de um Estado palestino. Arafat chegou a Belém a bordo de um helicóptero militar jordaniano. Em Belém, o líder palestino visistou a Igreja da Natividade, que reiniciou suas atividades religiosas domingo, depois de ficar 38 dias sob a mira das armas israelenses e servindo de abrigo para 123 palestinos e religiosos. Arafat foi depois para Jenin. Na cidade, o líder palestino visitou o campo de refugiados, local que os palestinos acusam Israel de ter feito um massacre durante as incursões do Exército entre 3 e 12 de abril. Israel desmente a acusação. A votação do Likud contra a criação de um Estado palestino equivale a uma destruição dos acordos de Oslo, disse Arafat na manhã de ontem. O comitê central do Likud aprovou domingo passado, em Tel Aviv, uma resolução descartando a criação de um Estado palestino a oeste do Jordão, apesar dos esforços de Sharon para impedir uma votação sobre esse assunto. Ontem, um palestino que tinha conseguido infiltrar-se em uma base militar israelense no vale do Jordão, na Cisjordânia, foi morto por soldados de Israel, informaram fontes militares. Estado palestino O Likud aprovou resolução em Tel Aviv que rejeita a criação de um Estado palestino. A medida é uma derrota para Sharon, que recentemente defendeu a criação de um Estado palestino no longo prazo, e uma vitória de seu principal rival dentro do Likud, o ex-premiê Binyamin Bibi Netanyahu. A resolução deve pressionar ainda mais Sharon a endurecer a posição israelense numa eventual retomada das negociações de paz, já que, para manter-se na liderança do partido nas eleições do ano que vem, terá de respeitar a votação de ontem do Comitê Central. Netanyahu, que defendeu domingo a expulsão de Arafat dos territórios palestinos e rejeitou qualquer tipo de Estado palestino, é seu principal rival pela liderança.