Latinos percebem mais a corrup��o
| FOLHA ONLINE Com agências internacionais Paris, França - Os latino-americanos têm uma opinião mais severa que os cidadãos do resto do mundo sobre o grau de corrupção de suas instituições em parte porque esta se torna pública, afirmou na última sex
Por | Edição do dia 11/12/2005 - Matéria atualizada em 11/12/2005 às 00h00
| FOLHA ONLINE Com agências internacionais Paris, França - Os latino-americanos têm uma opinião mais severa que os cidadãos do resto do mundo sobre o grau de corrupção de suas instituições em parte porque esta se torna pública, afirmou na última sexta-feira a presidente da organização Transparência Internacional (TI), Huguette Labelle. Segundo ela, os resultados do relatório divulgado na sexta-feira mostra que há mais transparência que antes na região, o que Labelle considerou um sinal muito bom. A canadense, que assumiu a presidência da TI em novembro passado, citou os casos da Costa Rica, do Peru e do Equador, onde foram revelados uma série de escândalos pelos quais foram processados principalmente chefes de Estado, mas também empresários. A presidente da TI, uma organização não-governamental que se dedica exclusivamente à luta contra a corrupção, disse que esta afeta mais os mais pobres, o que concluiu após visitar 75 países quando comandava a Agência Canadense de Desenvolvimento, entre 1993 e 1999. Pagar ou não um suborno pode ser uma questão de vida ou morte para uma pessoa sem recursos, acrescentou Labelle, lembrando como exemplo o fato de alguém ter de pagar extras para ter acesso a um remédio. Em alguns países, afirmou, um quinto da renda das famílias é destinado a pagar subornos. Assim, gente que quase não tem dinheiro para alimentar sua família é penalizada pela prática. Segundo a TI, os Objetivos do Milênio da ONU para reduzir pela metade a pobreza extrema no mundo até 2015 jamais serão alcançados sem atacar a corrupção. Brasil Em outubro, a Transparência Internacional divulgou o ranking mundial da corrupção no mundo. De acordo com o Índice de Percepção da Corrupção 2005, a prática foi mais percebida pelos brasileiros nos primeiros anos do governo Lula. No que se refere aos três últimos anos, a nota do Brasil caiu de 3,9 para 3,7 (em uma escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor nota). A queda foi pequena, mas mostra um retrato decepcionante dos primeiros três anos da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, que se elegeu falando em combate à corrupção.