Maradona acusa policial de amea��-lo
RIO DE JANEIRO | Globo Online Com agências internacionais O astro Maradona deu, na noite de quinta-feira, sua versão para o que aconteceu no aeroporto internacional do Rio na véspera. O ex-jogador, seu irmão Raul, o ex-jogador Mancuso e outros dois am
Por | Edição do dia 24/12/2005 - Matéria atualizada em 24/12/2005 às 00h00
RIO DE JANEIRO | Globo Online Com agências internacionais O astro Maradona deu, na noite de quinta-feira, sua versão para o que aconteceu no aeroporto internacional do Rio na véspera. O ex-jogador, seu irmão Raul, o ex-jogador Mancuso e outros dois amigos se envolveram em confusão após ter perdido o vôo para Buenos Aires. Segundo Maradona, ele e os companheiros não quebraram a porta de acesso do avião - que já taxiava - conforme relatado por funcionários da TAM. E acusou os policiais brasileiros de exagerarem ao interceder: Já havíamos passado os controles e, de repente, apareceram cinco policiais armados. Eu não entendi nada. Um deles me disse que estávamos fazendo quebradeira e eu disse: irmão, eu estou sentado, Afirmou o craque, segundo o jornal argentino Olé. Havia um policial que apontava para mim o tempo todo e aí eu reconheço que virei para ele e falei: Atira, seu puto! Você vai me matar só porque eu perdi o avião?. Aí me autuaram por desacato. Se eu tivesse feito quebradeira não estaria aqui, afirmou. Apesar do problema na volta para a Argentina, Maradona fez questão de ressaltar que foi muito bem tratado no Rio e que se divertiu muito na cidade, exaltando o encontro com Zico. E pediu para que o problema no aeroporto não seja considerado uma ofensa ao povo argentino. Digo e repito: Me diverti muito, me reencontrei com Zico e com um monte de amigos, e todos me trataram barbaramente, comentou. Segundo agentes da Polícia Federal que atuaram na operação que acabou com a detenção do argentino no Galeão, as armas foram empunhadas porque os policiais haviam sido acionados em razão da tentativa de cinco homens de arrombar a porta de um avião. Foi considerada a hipótese de uma tomada de aeronave. Ao se aproximarem de Maradona e seu grupo, os policiais guardaram suas armas, com exceção de um, numa ação tida como padrão. O último agente, que estava a cerca de dois metros de distância do ex-jogador, manteve a arma apontada para o chão. Segundo a PF, Maradona gritou para que o agente guardasse a arma, o que acabou levando à emissão da voz de prisão ao argentino. NO BRASIL Maradona foi autuado por desacato e dois de seus amigos foram autuados por danos. Os argentinos prestaram depoimento, assinaram um termo circunstanciado (espécie de inquérito sumário feito em casos de crime leve) e foram liberados. O cônsul da Argentina, Agostín Molina, esteve no Tom Jobim e negociou a liberação do ex-jogador e de seus amigos. Antes, porém, a PF determinou que fossem feitos exames de corpo de delito e embriaguez no grupo, mas Maradona e seus amigos se recusaram. O diretor do Instituto Médico-Legal, Roger Ancilotti, foi ao aeroporto, mas nada pôde fazer. Diante do compromisso de retornarem ao Brasil caso sejam convocados pela Justiça, Maradona e seus amigos foram liberados. Segundo a PF, o ex-jogador também se prontificou a pagar a porta danificada. O crime por desacato prevê pena de seis meses a dois anos de prisão. Já a pena para o crime de danos é de seis meses a três anos.