ONU quer ouvir presidente da S�ria sobre morte de Hariri
| GLOBO ONLINE Com agências internacionais Beirute - A comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) que investiga a morte do ex-primeiro-ministro do Líbano Rafik al-Hariri solicitou um encontro com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e seu minis
Por | Edição do dia 03/01/2006 - Matéria atualizada em 03/01/2006 às 00h00
| GLOBO ONLINE Com agências internacionais Beirute - A comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) que investiga a morte do ex-primeiro-ministro do Líbano Rafik al-Hariri solicitou um encontro com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e seu ministro de Relações Exteriores, Farouq al-Shara. A comissão já enviou um pedido de entrevista do presidente sírio Assad e do chanceler Shara, entre outros, disse uma porta-voz do grupo de investigação. Ela informou que os investigadores vão tentar se reunir com o ex-vice-presidente Abdel-Halim Khaddam, o mais rapidamente possível. Khaddam, que renunciou em julho e vive em Paris, disse numa entrevista à TV que foi ao ar na sexta-feira que Assad ameaçou Hariri meses antes de ele ser assassinado, num atentado a bomba em Beirute, em 14 de fevereiro. Assad me disse que dirigiu palavras muito, muito duras a Hariri... Algo como: Vou esmagar qualquer um que tente nos desobedecer, disse Khaddam à emissora de TV árabe Al-Arabiya. Indagado sobre o status legal de Assad e Shara na investigação, uma fonte diplomática da ONU disse que neste ponto, há apenas um pedido de entrevista. As autoridades sírias não comentaram de imediato o pedido. A Síria já negou com veemência qualquer papel no assassinato de Hariri, que se tornara um opositor da presença militar e da forte influência de Damasco sobre Beirute. Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, de outubro do ano passado, ameaçou Damasco de sanções não especificadas, sem o governo sírio não colaborasse com a investigação. O que o senhor Khaddam disse corrobora informações que a comissão recebeu e contou e dois relatórios, disse a porta-voz, sem dar detalhes. O inquérito já implicou autoridades sírias e seus aliados libaneses no assassinato, que desencadeou protestos de massa em Beirute.