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Nº 5759
Internacional

Santa Paulina, um modelo de dedica��o aos pobres

Roma – O papa João Paulo II apresentou Santa Paulina como modelo de dedicação aos pobres e doentes, ao falar a um grupo de mais de mil brasileiros que participaram, ontem pela manhã, de uma audiência geral aos peregrinos no Auditório Paulo VI, no Vatica

Por | Edição do dia 21/05/2002 - Matéria atualizada em 21/05/2002 às 00h00

Roma – O papa João Paulo II apresentou Santa Paulina como modelo de dedicação aos pobres e doentes, ao falar a um grupo de mais de mil brasileiros que participaram, ontem pela manhã, de uma audiência geral aos peregrinos no Auditório Paulo VI, no Vaticano. Os cardeais d. Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, e d. Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, participaram do encontro. “Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus anunciou o evangelho aos pobres e aos enfermos, espalhando no Brasil a semente plantada pelo divino semeador”, disse o papa em português, em discurso de 20 minutos. Ele dirigiu-se a cada delegação em sua língua - italiano, espanhol e português. Além dos brasileiros, havia representantes da Espanha e de três regiões da Itália, vindos das cidades em que nasceram os santos canonizados domingo. No fim do discurso, representantes das delegações ligadas a cada um dos santos canonizados domingo subiram ao palco para receber a bênção de João Paulo II. Antes, porém, o papa abençoou os cardeais e bispos que, um a um, se ajoelharam a seus pés. A primeira na fila de brasileiros foi a menina Iza Bruna Vieira de Souza, a beneficiária do milagre que decidiu a canonização de Santa Paulina. O papa recebeu Iza Bruna com carinho especial. Abraçou-a e beijou-a no rosto, antes de lhe dar a bênção. A menina, que nasceu e mora em Rio Branco, no Acre, estava acompanhada da mãe, Francisca Mabel, do irmão Ramón e do tio Pablo. A família viajou a Roma com a ajuda das Irmãzinhas do Coração Imaculada de Maria, congregação fundada por Madre Paulina. Sete freiras da direção da comunidade também receberam uma bênção especial. João Paulo II ganhou delas um presente escolhido a dedo - duas peças de renda para confecção de toalhas de altar, uma vinda de São Paulo e outra de Santa Catarina, os dois Estados em que a primeira santa brasileira viveu. Lágrimas, preces e fogos em Nova Trento Nova Trento (SC) – Entre 35 mil e 40 mil católicos de várias  localidades do Brasil celebraram a canonização de madre  Paulina com lágrimas, preces,  orações de graças e cânticos religiosos no santuário de Nova  Trento (SC), cidade onde a santa morou e iniciou sua vida religiosa. Com as mãos levadas ao peito segurando um rosário, em gesto de louvor, Ana de Oliveira Fortunato, 63, de Criciúma (SC), chorava emocionada enquanto sinos e fogos de artifício anunciavam, às 5h20, que Paulina era a primeira santa do País após 502 anos. “Meu coração chega a doer de tanto amor e fé. Vim aqui para louvar aquela que me salvou. Meu filho saiu das drogas graças a ela. Eu rezo sempre para madre Paulina, Nossa Senhora e Jesus Cristo”, disse Fortunato, vestida toda de branco e portando um véu (“Nossa Senhora pediu que a gente usasse”, justificou). Às 4h, a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, ponto central do santuário, e os arredores estavam lotados. Em grandes filas, os fiéis se revezaram o dia todo para tocar a imagem da santa (envolta em uma fita considerada milagrosa), colocada no centro do altar. Antes do início da transmissão da cerimônia no Vaticano, o telão instalado diante da igreja transmitiu, a partir das 3h40, o programa “Oriente-se’’, em que o padre Pedro Cunha respondia a dúvidas de católicos sobre o fim do mundo, a vida religiosa e o possível efeito nocivo de novelas. “Não é pecado, não. O problema é qual novela ver”, argumentava. Amabile Visintainer - nome de batismo de madre Paulina - nasceu em Vigolo Vattaro, na região de Trento (norte da Itália), e veio ao Brasil aos nove anos, em 1875, quando seus familiares fundaram a cidade de Nova Trento, em Santa Catarina. Em suas mais de 20 capelas e nos capitéis (espécie de minialtares à margem da rua), comuns na cidade, amigos e familiares se reuniam ontem para rezar, incluindo os membros da família Visintainer. O público foi menor que o esperado (100 mil pessoas), mas as irmãs que cuidam do santuário pareciam aliviadas, temendo tumultos na festa. De todo modo, 35 mil pessoas correspondem a mais que o número de visitantes que a cidade vinha recebendo por mês (25 mil, em média). Os visitantes chegaram em mais de 500 ônibus e 5.000 carros, segundo o coronel Edson de Souza.

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