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Nº 5856
Internacional

Ataque mata 95 no Irã e eleva risco de guerra ampla no Oriente Médio

Inicialmente, número oficial de mortes foi de 103; posteriormente, ministro do Irã retificou a informação

Por Agência Estado | Edição do dia 04/01/2024 - Matéria atualizada em 04/01/2024 às 04h00

Pelo menos 95 pessoas morreram após a explosão de duas bombas perto do túmulo do general iraniano Qasem Soleimani nesta quarta-feira (03/01) — quando a morte dele por um ataque de drones conduzido pelos Estados Unidos completou quatro anos.

Inicialmente, o número relatado oficialmente de mortes foi de 103. Posteriormente, no entanto, o ministro da Saúde do Irã retificou a informação, dizendo que alguns dos nomes haviam sido contados mais de uma vez.

As explosões atingiram uma procissão perto da mesquita Saheb al-Zaman, na cidade de Kerman, no sul do país. Soleimani nasceu na região.

Segundo dados citados pela emissora estatal Irib e atribuídos ao departamento local de serviços de emergência, outras 141 ficaram feridas nas explosões. Alguns dos feridos estão em estado crítico.

Não está claro quem está por trás das explosões e não houve reivindicações imediatas de autoria por nenhum grupo.

Entretanto, nos últimos anos, separatistas árabes, o Estado Islâmico (EI) e outros grupos jihadistas sunitas reivindicaram a autoria de ataques mortais contra forças de segurança e santuários xiitas no Irã.

Depois do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, Soleimani era visto como a figura mais poderosa do Irã. Ele foi morto pelas forças americanas no vizinho Iraque, em 2020.

O incidente de quarta-feira ocorre em meio ao aumento das tensões na região. O vice-líder do grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã, foi morto na terça-feira (02/01) em um aparente ataque de drone israelense no Líbano.

Imagens transmitidas pela TV estatal mostraram que centenas de pessoas estavam reunidas na periferia leste de Kerman quando ocorreram as duas explosões.

A mídia iraniana informou que a primeira explosão ocorreu às 14h50 no horário local (8h20 em Brasília), a cerca de 700 m do cemitério do Jardim dos Mártires, ao redor da mesquita Saheb al-Zaman. A segunda teria ocorrido cerca de 15 minutos depois, a cerca de 1 km do cemitério.

A agência de notícias Tasnim, afiliada à Guarda Revolucionária do Irã, citou fontes que afirmaram que “dois sacos contendo bombas” foram aparentemente detonados “por controle remoto”. “Estávamos caminhando em direção ao cemitério quando de repente um carro parou atrás de nós e uma lata de lixo contendo uma bomba explodiu”, afirmou uma testemunha citada pela agência Isna

“Só ouvimos o som da explosão e vimos pessoas caindo.”

O Crescente Vermelho, organização de socorro, disse que entre os mortos está pelo menos um paramédico que foi enviado ao local da primeira explosão e foi atingido pela segunda.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, publicou um comunicado condenando o “ato covarde” e “odioso” que fez 103 mortos, garantindo “castigo” aos responsáveis. “Sem dúvida, os autores deste ato covarde serão em breve identificados e punidos por essa ação odiosa pelas forças [iranianas] de manutenção da lei e da segurança”, declarou.

“Os inimigos da nação devem saber que tais ações não poderão nunca abalar a sólida determinação da nação iraniana”, acrescentou Raisi.

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