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Nº 5759
Internacional

Presidente do Equador decreta conflito armado interno contra facções

Nesta terça, o caos na segurança do país continuou com criminosos encapuzados invadindo a emissora TC

Por Agência Estado | Edição do dia 10/01/2024 - Matéria atualizada em 10/01/2024 às 04h00

O presidente do Equador, Daniel Noboa, assinou novo decreto nesta terça-feira (9) em que reconhece estado de “conflito armado interno” no país, lista e identifica 22 organizações criminosas como terroristas e ordena às Forças Amadas executar operações “para neutralizar” os grupos nomeados.

Entre essas facções está a Choneros, cujo líder, Fito, fugiu da prisão no domingo (7) e levou Noboa a decretar estado de exceção por 60 dias nesta segunda (8)— o novo decreto revisa este ao adicionar a lista de grupos e classificá-los como terroristas.

A fuga e o novo decreto desembocaram na noite desta segunda e madrugada de terça, quando o país viveu uma “noite de terror”, conforme descrição da imprensa local. Quatro policiais foram sequestrados e carros-bomba e outros explosivos foram detonados em atos aparentemente coordenados em que não houve vítimas.

Os sequestros ocorreram após Noboa, que enfrenta a primeira crise desde que assumiu a Presidência em novembro, decretar um estado de exceção de 60 dias em todo o país. A medida inclui um toque de recolher de seis horas entre 23h e 5h.

Na tarde desta terça, o caos na segurança do país continuou, com criminosos encapuzados invadindo a emissora TC, na cidade portuária de Guayaquil. Eles renderam apresentador e funcionários com armas e granadas em mãos durante transmissão ao vivo, que em seguida saiu do ar.

No vídeo é possível ver o bando gritando contra a polícia, e profissionais da emissora deitados, além de sons que parecem ser de tiros.

Um dos funcionários que estava no local durante o ataque enviou a um repórter da agência de notícias AFP uma mensagem em que dizia: “Entraram aqui para nos matar”. A ameaça ao vivo durou cerca de 30 minutos, até que ocorreu a entrada das forças de segurança no local.

Alguns dos presentes, que ligavam incessantemente para os números de emergência da polícia, relataram que havia ao menos dez homens encapuzados na gravação do telejornal El Noticiero.

Outros homens armados invadiram a Universidade de Guayaquil nesta terça-feira, segundo imagens nas redes sociais e relatos na imprensa local —vídeos mostram estudantes correndo assustados pelo campus e outros alunos e professores se refugiando em salas de aula. O Ministério da Educação suspendeu as aulas em todo o país até o próximo dia 12.

A Assembleia Nacional anunciou resoluções adotadas em conjunto pelas bancadas de diferentes colorações políticas em apoio ao Executivo e às medidas de segurança anunciadas por Noboa. Entre elas, o Legislativo afirmou que adotaria indultos e anistias a policiais e militares em casos que forem julgados necessários para o combate ao narcotráfico.

O ex-presidente esquerdista Rafael Correa, que governou o país de 2007 a 2017 e apoiou no pleito do ano passado a candidata derrotada por Noboa, declarou “total e irrestrito respaldo” ao presidente, pediu que ele “não ceda” e que discutiriam “erros e discrepância política no dia seguinte à vitória”.

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