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Olho eletr�nico restaura vis�o de oito portugueses

Lisboa A implantação de olhos eletrônicos devolveu a possibilidade a oito pessoas de poderem enxergar o suficiente com certa autonomia. As operações foram feitas em abril passado em um hospital de Lisboa (Portugal). Os resultados dessas cirurgias, realizadas pelo neurocirurgião português João Lobo Antunes como parte de um programa do Dobelle Institute de Estados Unidos, foram apresentados esta semana para publicação no Journal of the American Society for Artificial Internal Organs. A cirurgia, de quatro horas de duração, consiste em implantar uma pequena placa de plástico com 16 eletrodos no crânio com o objetivo de estimular o córtex visual e a produção de fosfenos. Uma câmera em miniatura fixada nas lentes do paciente transmite as imagens a um pequeno computador unido ao córtex por meio de outros eletrodos. O primeiro protótipo foi testado no ano 2000 em um paciente norte-americano. Em abril passado, um argentino de 51 anos, um canadense de 39, três norte-americanos de 27, 42 e 77 anos, um britânico de 70, uma italiana de 41 e um alemão de 51 anos foram submetidos com sucesso à mesma operação no hospital CUF de Lisboa. Seus campos de visão diferem, mas os pacientes conseguem orientar-se sozinhos e distinguir formas de pessoas ou objetos. Quatro conseguem ver cores, segundo o Dobelle Institute. Um deles pode até dirigir automóvel num circuito fechado e com pouca velocidade. No entanto, ainda resta muito a melhorar, frisou Antunes. A implantação do olho Dobelle só pode ser realizada em pessoas que não nasceram cegas e que tiveram afetado o córtex visual. O Dobelle Institute informou que comercializará em breve seu sistema de visão artificial, com um custo estimado em US$ 75 mil.