Com drones
Ucrânia ataca base de bombardeiros nucleares russos
Ação atingiu instalação que abriga aeronaves de guerra estratégicas da Rússia


A Ucrânia atacou com drones ontem uma base de bombardeiros estratégicos da Rússia. As explosões geraram uma enorme coluna de fumaça. A base fica na cidade de Engels, a 700 km das linhas de frente da guerra. Lá ficam os aviões soviéticos Tupolev Tu-160, conhecidos como Cisnes Brancos, que têm capacidade nuclear.
Essa foi uma das ofensivas da Ucrânia mais distantes da fronteira desde o início do conflito, que dura mais de três anos. O Ministério da Defesa da Rússia não havia se manifestado sobre o ataque até a última atualização desta reportagem, mas afirmou que as defesas aéreas do país derrubaram 132 drones ucranianos sobre território russo ontem.
Roman Busargin, o governador da província de Saratov, na Rússia, disse que um ataque de drones ucranianos na cidade de Engels deixou uma base de aviação em chamas, e que moradores foram evacuados. Ele não mencionou especificamente a base de Engels, mas esse é o principal campo de aviação da área.
O chefe do distrito de Engels, Maxim Leonov, disse que foi declarada emergência na região.
A Ucrânia faz ataques anteriores à base aérea de Engels desde dezembro de 2022, ano em que a guerra começou. Em janeiro, alegou ter atingido um depósito de petróleo que atendia a base, causando um grande incêndio que levou cinco dias para ser apagado. Uma fonte do governo ucraniano disse à época que um ataque com drones atingiu uma instalação de armazenamento que continha bombas guiadas e mísseis na base de Engels.
AJUDA EXTRA
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu ontem a aliados europeus uma ajuda extra de 5 bilhões de euros para reforçar a artilharia de seu Exército, diante de um avanço de tropas russas. O pedido foi feito por Zelensky durante uma cúpula da União Europeia para discutir aumentos em defesa diante de uma aproximação entre Estados Unidos e Rússia.
O líder ucraniano disse que a verba solicitada seria usada para projéteis de artilharia e pediu que a ajuda venha “o mais rápido possível”.
“Dirigi-me ao Conselho Europeu e enfatizei que se dizemos que a Europa deve ser mais forte na competição global, também devemos discutir como tornar a tomada de decisões europeia mais rápida, mais flexível e mais eficaz – seja na política, na defesa, na economia, na indústria ou em qualquer outra área”, disse.