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Ação humanitária

Interceptação de flotilha com ajuda a Gaza gera reação internacional

Entre os detidos estão 14 brasileiros; dois seguem desaparecidos após operação da Marinha israelense

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Flotilha com ajuda humanitária a Gaza foi interceptada ontem pela Marinha israelense
Flotilha com ajuda humanitária a Gaza foi interceptada ontem pela Marinha israelense | Foto: Stefanos Rapanis / Reuters

A interceptação da flotilha humanitária Global Sumud, que tentava romper o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza, gerou forte repercussão mundial ontem. A Marinha israelense confirmou a detenção de cerca de 450 ativistas de várias nacionalidades, entre eles 14 brasileiros, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e a ativista sueca Greta Thunberg.

Segundo os organizadores, cerca de 45 embarcações zarparam de Barcelona em setembro. Doze brasileiros foram levados para o porto de Ashdod, no sul de Israel, enquanto dois permanecem desaparecidos: João Aguiar, que estava no veleiro Mikeno, e Miguel Viveiros de Castro, a bordo do Catalina. Ambos tiveram o contato interrompido após a interceptação.

Entre os brasileiros detidos estão a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP), o presidente do PSOL-RS, Gabriele Tolotti, e outros ativistas, como Thiago Ávila, Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, Nicolas Calabrese, Ariadne Telles, Mansur Peixoto, Mohamad El Kadri e Lucas Gusmão.

O governo israelense afirma que os ativistas estão em boas condições e serão deportados para a Europa, classificando a flotilha como uma “provocação ligada ao Hamas”. O premiê Benjamin Netanyahu elogiou a operação, que coincidiu com o feriado judaico do Yom Kippur, destacando que a ação impediu “uma campanha de deslegitimação contra Israel”.

Já os organizadores acusam Israel de “sequestro ilegal” e denunciam que os barcos foram cercados por militares, que obrigaram os ocupantes a embarcar em um navio de guerra.

Vídeos gravados antes da interceptação, divulgados nas redes sociais, mostram Greta Thunberg e Nkosi Mandela, neto de Nelson Mandela, confirmando a detenção e pedindo pressão internacional.

REPERCUSSÃO GLOBAL

A ação desencadeou protestos e reações de governos em diferentes continentes. Ainda na quarta-feira, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou a expulsão da delegação diplomática israelense em Bogotá. Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prevot, classificou a interceptação como “inaceitável” e convocou o embaixador de Israel para consultas.

Na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que a operação demonstrou “novamente a brutalidade de Israel”. O premiê espanhol, Pedro Sánchez, prometeu garantir proteção diplomática aos cidadãos de seu país. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, exigiu a repatriação imediata dos seis mexicanos detidos.

A ONU também se manifestou. O vice-porta-voz do secretário-geral António Guterres, Farhan Haq, defendeu que os ativistas sejam tratados com dignidade e destacou que todos os esforços para levar ajuda humanitária a Gaza devem ser apoiados.

Enquanto a maioria das embarcações já está em Ashdod, apenas o veleiro Marinette continua em alto-mar, a cerca de 150 km da cidade egípcia de Port Said. O destino dos dois brasileiros desaparecidos segue indefinido, ampliando a apreensão das famílias e da delegação nacional.

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