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Putin diz que sanções dos EUA contra a Rússia são ‘ato hostil’

Líder russo afirma que país não cederá a pressões e que medidas não afetam economia

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Vladimir Putin disse que quer manter diálogo com Washington
Vladimir Putin disse que quer manter diálogo com Washington | Foto: Mikhail Tereshchenko

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou ontem as novas sanções impostas pelos Estados Unidos como um “ato hostil”.

Em coletiva em Moscou, ele afirmou que a decisão do governo de Donald Trump é uma tentativa de pressionar o país, mas assegurou que “nenhum país que se respeite faz algo sob pressão” e que as medidas “não afetarão a economia russa”.

As sanções atingem as petrolíferas Lukoil e Rosneft, as maiores da Rússia, bloqueando bens e proibindo transações com empresas e subsidiárias em território americano.

O Tesouro dos EUA advertiu ainda sobre o risco de “sanções secundárias” a países e companhias que mantenham negócios com Moscou.

Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, as medidas visam “enfraquecer a máquina de guerra do Kremlin”, e Washington incentiva seus aliados a aderirem às restrições. A União Europeia e o Reino Unido também aprovaram novos pacotes de sanções semelhantes.

Putin minimizou o impacto econômico e afirmou que a Rússia e a Arábia Saudita “vendem mais petróleo do que consomem”, ao contrário dos EUA, e que substituir o petróleo russo “levará tempo”, o que pode elevar os preços globais.

Apesar do tom crítico, o presidente russo afirmou querer manter o diálogo com Washington. “O diálogo é sempre melhor que a guerra”, declarou, acrescentando que a cúpula prevista em Budapeste foi “provavelmente apenas adiada”.

Ele também prometeu uma reação firme a ataques ocorridos dentro do país: “A resposta russa será muito séria e avassaladora.”

‘CAMINHO DA GUERRA’

Mais cedo, o ex-presidente russo e vice do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, adotou um tom mais agressivo, afirmando que os EUA “entraram de vez no caminho da guerra” e chamando o governo Trump de “inimigo da Rússia”.

“O cancelamento da cúpula em Budapeste, novas sanções contra nosso país… O que mais? Haverá novas armas, além dos infames ‘Tomahawks’? Os EUA são nosso inimigo, e o seu falastrão ‘pacificador’ agora entrou de vez no caminho da guerra contra a Rússia. As decisões tomadas são um ato de guerra, e Trump se solidarizou completamente com a insana Europa”, declarou Medvedev.

Ele lembrou que, meses antes, já havia alertado que cada novo ultimato de Trump seria “mais um passo em direção à guerra”, após o americano ameaçar impor tarifas de 100% se Moscou não aceitasse um cessar-fogo na guerra da Ucrânia — conflito que completa quatro anos em fevereiro.

Na ocasião, Medvedev chegou a ameaçar os EUA com a ativação da “Mão Morta”, sistema automático de disparo de mísseis nucleares desenvolvido na era soviética.

EXERCÍCIOS NUCLEARES

As declarações ocorreram um dia depois de a Rússia realizar testes militares com armas estratégicas, incluindo o lançamento de mísseis balísticos com capacidade nuclear a partir de bases terrestres, submarinos e aeronaves — alguns com alcance para atingir o território americano.

O episódio agrava o impasse diplomático entre Moscou e Washington. O encontro entre Trump e Putin, planejado para discutir uma trégua na guerra da Ucrânia, foi cancelado pela Casa Branca, que alegou falta de avanços nas negociações.

Fontes diplomáticas afirmam que a Rússia reiterou suas exigências para um possível acordo de paz, incluindo o controle total da região de Donbas, enquanto os EUA defendem que as conversas se baseiem nas linhas de frente atuais. O Kremlin, no entanto, insiste que o diálogo ainda está “em preparação” e pode ser retomado.

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