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EUA tentaram recrutar piloto para capturar Nicolás Maduro

Agente ofereceu dinheiro e proteção a oficial para desviar avião do líder venezuelano

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Plano era entregar Maduro às autoridades americanas
Plano era entregar Maduro às autoridades americanas | Foto: Carolina Cabral/Getty Images

Uma investigação da agência Associated Press (AP) revelou que um agente federal dos Estados Unidos tentou convencer o piloto-chefe de Nicolás Maduro a desviar o avião presidencial venezuelano, em uma operação secreta que visava capturar o líder e entregá-lo às autoridades americanas.

O plano começou a ser articulado em abril de 2024, após um informante procurar a embaixada dos EUA na República Dominicana alegando ter informações sobre aviões usados por Maduro. O agente Edwin Lopez, que ainda estava no local mesmo após o fechamento oficial da missão diplomática, recebeu o alerta e descobriu que duas aeronaves presidenciais estavam sendo reparadas no aeroporto executivo La Isabela, em Santo Domingo — o que violaria sanções dos EUA, já que envolvia peças de origem americana.

Lopez rastreou os pilotos responsáveis e, com autorização superior, iniciou uma série de interrogatórios disfarçados. O principal alvo era Bitner Villegas, general da Força Aérea e piloto pessoal de Maduro, visto em vídeos oficiais ao lado do presidente. Em um encontro reservado em um hangar, o agente americano fez uma oferta direta: se Villegas desviasse o avião presidencial para Porto Rico, Guantánamo ou República Dominicana, onde os EUA pudessem realizar a prisão, ele seria recompensado e “ficaria muito rico”.

O piloto demonstrou cautela, mas entregou seu número de telefone — gesto interpretado como um sinal de possível interesse. Pouco depois, ele e sua equipe retornaram à Venezuela sem as aeronaves, que acabariam sendo apreendidas em duas etapas, em setembro de 2024 e fevereiro de 2025, por ordem judicial dos EUA.

Mesmo após se aposentar, Lopez manteve contato com Villegas por WhatsApp e Telegram, tentando convencê-lo a colaborar. Em uma das mensagens, o ex-agente anexou o comunicado do Departamento de Justiça americano que dobrava a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões, escrevendo: “Ainda há tempo para ser o herói da Venezuela e estar do lado certo da história”.

Villegas, no entanto, jamais respondeu. Em sua última tentativa, Lopez mencionou os filhos do piloto e prometeu um “futuro seguro” nos EUA, mas foi bloqueado em seguida.

A reportagem da AP destaca que o episódio revela o alcance das ações clandestinas americanas contra o governo Maduro, alvo de sanções, investigações e acusações de narcoterrorismo. Washington mantém desde 2020 uma oferta de recompensa multimilionária por informações que levem à prisão do líder venezuelano, acusado de corrupção e tráfico internacional de drogas.

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