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Ofensiva

Governo Trump planeja operação no México contra cartéis, diz site

Presidente mexicana diz ser contrária a qualquer interferência americana no país

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Claudia Sheinbaum rejeitou a possibilidade de ação unilateral
Claudia Sheinbaum rejeitou a possibilidade de ação unilateral | Foto: — Foto: REUTERS/Luis Cortes

O governo de Donald Trump está planejando operações militares terrestres no México contra cartéis de drogas, segundo revelou ontem o site americano NBC News. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, rejeitou a possibilidade de uma ação unilateral em seu território e afirmou ser contrária a qualquer interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos do país.

De acordo com fontes do governo americano ouvidas pela emissora, o plano prevê o envio de tropas e agentes de inteligência ao México, com participação da CIA nas operações. A ofensiva incluiria ataques com drones contra “laboratórios de drogas, membros e líderes de cartéis”, segundo a reportagem.

O projeto faz parte da estratégia militar de Trump contra organizações criminosas latino-americanas, uma política que já ampliou as tensões diplomáticas na região. A Venezuela tem sido o principal alvo até agora, com ataques a embarcações e concentração de forças navais no Caribe. O presidente americano também acusou o colombiano Gustavo Petro de envolvimento com o narcotráfico e impôs sanções econômicas ao país.

Fontes citadas pela NBC afirmaram que a operação no México ainda está em fase de planejamento e treinamento das tropas, sem data definida para início. Segundo as mesmas fontes, o objetivo não seria promover uma mudança de regime, diferentemente do que ocorre no caso venezuelano.

Em coletiva nessa terça, Sheinbaum foi enfática ao negar a hipótese de intervenção:

“Isso não vai acontecer. Não temos nenhum relatório que indique essa possibilidade. E, além disso, não concordamos com isso”, declarou a presidente.

A líder mexicana defendeu a soberania nacional e reiterou que o México tem condições de enfrentar seus próprios desafios internos. Ela também anunciou o Plano Michoacán pela Paz e Justiça, uma nova estratégia de segurança voltada ao estado de Michoacán — uma das regiões mais afetadas pela violência dos cartéis.

O programa busca reduzir os confrontos armados e aposta em inteligência, desenvolvimento social e justiça, em vez de intensificar o confronto militar.

“A segurança não se sustenta com guerras, mas com justiça, desenvolvimento e respeito à vida”, afirmou Sheinbaum.

O plano foi lançado após o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, morto a tiros em 1º de novembro durante um evento público. Conhecido como o “Bukele mexicano”, Manzo era crítico da política de Sheinbaum e liderava operações diretas contra o crime organizado. Sua morte provocou protestos e ataques a prédios públicos em várias cidades do estado.

Em Michoacán atuam grupos como o Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG) e La Nueva Familia Michoacana, classificados em fevereiro pelo governo Trump como “organizações terroristas estrangeiras”.

O plano de segurança prevê reforço no policiamento, ampliação do trabalho de inteligência e ações sociais voltadas à educação e ao esporte. Segundo o governo mexicano, as medidas começarão a ser implementadas nos próximos dias, após uma consulta às comunidades locais. Michoacán é hoje o maior produtor e exportador de abacate do mundo, com forte peso econômico na agricultura mexicana.

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