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Transição

Maduro teria oferecido renúncia em acordo rejeitado pelos EUA

Proposta revelada por jornal ocorre durante escalada militar americana no Caribe

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Maduro teria proposto deixar o governo dentro de até três anos
Maduro teria proposto deixar o governo dentro de até três anos | Foto: Stringer/AFP

O jornal americano The New York Times revelou ontem que Nicolás Maduro ofereceu renunciar à Presidência da Venezuela após um período de transição de dois a três anos, em troca de garantias e de ampliar o acesso de empresas americanas às reservas de petróleo do país, estimadas em 300 bilhões de barris. A proposta, feita em negociações informais autorizadas por Donald Trump, foi rejeitada pelo governo dos Estados Unidos.

A informação surge no momento em que Trump intensifica reuniões em Washington para definir seus próximos passos em relação ao regime venezuelano. Paralelamente, emissários da Casa Branca e do Palácio de Miraflores mantêm conversas discretas sobre possíveis saídas para a crise.

Com o porta-aviões USS Gerald R. Ford posicionado no Caribe, os EUA elevaram a pressão militar sobre Caracas. Nas últimas semanas, Trump autorizou a CIA a conduzir operações secretas em território venezuelano — incluindo ações cibernéticas, sabotagens e campanhas psicológicas — para preparar um possível “campo de batalha”. Até agora, não há previsão de ofensivas terrestres.

Apesar da escalada, fontes dizem que uma solução diplomática continua na mesa. Não está claro qual estratégia Trump pretende adotar: negociar um acordo que amplie o acesso americano ao petróleo, pressionar pela saída voluntária de Maduro ou considerar sua remoção forçada.

Desde setembro, os EUA promovem sua maior mobilização militar no Caribe desde a Crise dos Mísseis, com a “Operação Lança do Sul” reunindo navios de guerra, cerca de 15 mil militares e operações contra embarcações acusadas de tráfico de drogas. Ao menos 21 barcos foram atacados, resultando em mais de 80 mortes, sem que provas tenham sido apresentadas.

A CIA também mapeou instalações ligadas ao narcotráfico que podem se tornar futuros alvos. O Pentágono avalia ataques a unidades militares próximas a Maduro e discute operações especiais para capturá-lo ou matá-lo — ele é acusado pelos EUA de chefiar o Cartel de los Soles e tem recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. Outro plano cogita a tomada de campos petrolíferos venezuelanos.

Mesmo com o tom beligerante, Trump admitiu publicamente que considera conversar com Maduro. Em privado, porém, tem ressaltado o interesse americano nas reservas de petróleo do país vizinho. A proposta apresentada por Maduro, agora conhecida, acrescenta um novo elemento ao tabuleiro.

Na semana passada, o secretário de Estado Marco Rubio afirmou a parlamentares que a derrubada de Maduro não é objetivo declarado do governo e que relatos nesse sentido seriam “invenções”.

No domingo, o Departamento de Estado anunciou que classificará o Cartel de los Soles como organização terrorista a partir de 24 de novembro, intensificando a pressão jurídica e abrindo espaço para ações mais duras.

Trump afirmou na segunda-feira que não descarta o envio de tropas terrestres nem uma negociação direta. Maduro reagiu dizendo estar disposto a um encontro “cara a cara”, mas qualificou as movimentações militares dos EUA como “perseguição sem precedentes” e “ameaça psicológica”. Ele reiterou que “a paz não tem alternativa” e alertou que um ataque à Venezuela representaria “o fim político de Donald Trump”.

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