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Negociações

Europa desafia plano de paz dos EUA para a Ucrânia

Proposta feita por líderes europeus favorece demandas ucranianas e mantém portas abertas à Otan

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Zelenski espera relatório completo para definir próximos passos
Zelenski espera relatório completo para definir próximos passos | Foto: divulgaçção

As negociações de paz para encerrar a guerra na Ucrânia entraram numa nova fase ontem, após a apresentação de duas versões distintas de um possível acordo. São elas, o plano de 28 pontos elaborado pelos Estados Unidos, sob liderança de Donald Trump, e a contraproposta construída pela Europa.

Embora ambos os documentos partam de uma base semelhante, as diferenças estruturais revelam abordagens quase opostas, especialmente nos temas de concessões territoriais, futuro militar da Ucrânia e relação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O plano norte-americano reconhece como russos, de facto, os territórios de Crimeia, Donetsk e Luhansk — inclusive sob aval dos EUA. Além disso, congela Kherson e Zaporíjia na linha de contato, o que representaria um reconhecimento de facto do controle russo sobre parte dessas regiões.

A proposta europeia, porém, segue em direção oposta. Ela proíbe a Ucrânia de retomar territórios pela força, mas prevê negociações futuras a partir da linha de contato, sem reconhecimento explícito de soberania russa.

OTAN

O documento dos EUA exige que Kiev insira na Constituição que jamais ingressará na aliança, enquanto obriga a aliança a alterar seus estatutos para também vedar a entrada ucraniana no futuro. Já a contraproposta europeia remove completamente essa exigência.

O texto europeu afirma apenas que a adesão “depende do consenso dos membros”, reconhecendo que atualmente esse consenso não existe, mas deixando a porta aberta para evolução futura.

Ainda nessa segunda-feira, o Kremlin afirmou que a primeira versão do plano norte-americano “poderia servir de base para um acordo”, mas ressaltou que ainda não recebeu o texto atualizado de Genebra. Moscou também reconheceu “ajustes” feitos após reuniões entre EUA e Ucrânia.

Zelensky, por sua vez, confirmou que sua equipe retornou da Suíça e espera relatório completo antes de definir próximos passos.

Ele afirmou que continuará coordenando com parceiros europeus e agradeceu o apoio da Noruega e da UE.

O governo Trump celebrou a rodada de negociações como a “mais produtiva e significativa” até agora e afirmou que a estrutura refinada respeita a soberania ucraniana, embora mantenha pontos vistos por Kiev como “linhas vermelhas”.

ELEIÇÕES

O plano de Trump ordena eleições nacionais em 100 dias após assinatura do acordo, já a versão europeia é mais diplomática e afirma que eleições devem ocorrer “assim que possível”, sem imposição de datas. As duas versões preveem garantias de segurança norte-americanas, mas com condições sensíveis.

O documento dos EUA estabelece, por exemplo, que Kiev perderia a garantia caso atacasse a Rússia sem justificativa aceita pelos aliados. Também prevê compensações financeiras a Washington por assumir esse compromisso.

Europeus mantêm a estrutura, mas com redação menos rígida e sem alguns condicionantes

Tanto a versão norte-americana quanto a europeia criam mecanismos amplos de reconstrução e investimento, incluindo um Fundo de Desenvolvimento para a Ucrânia, participação do Banco Mundial e modernização da infraestrutura energética e urbana.

A proposta dos EUA adiciona um elemento controverso: o uso de US$ 100 bilhões de fundos russos congelados em investimentos liderados por Washington, dos quais os EUA ficariam com 50% dos lucros. Também prevê a reintegração progressiva da Rússia na economia global e até retorno ao G8..

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