Negociações
Ucrânia dá aval inicial a acordo de paz mediado pelos EUA
Governo ucraniano informou que ainda restam detalhes a serem acertados


A Ucrânia informou ontem que as delegações envolvidas nas tratativas de paz mediadas pelos Estados Unidos avançaram em um entendimento comum sobre os principais termos discutidos com Washington e Moscou. Apesar do progresso, autoridades destacam que ainda restam pontos sensíveis a serem acertados antes da conclusão do acordo.
O secretário de Segurança Nacional da Ucrânia, Rustem Umerov, afirmou nas redes sociais que o consenso foi alcançado durante as discussões em Genebra. Segundo ele, a expectativa agora é viabilizar uma visita do presidente Volodymyr Zelensky aos EUA para finalizar as negociações diretamente com o presidente Donald Trump. Umerov disse ainda contar com apoio de parceiros europeus nos próximos passos.
A proposta em debate envolve concessões territoriais à Rússia e exigências militares definidas pelos EUA, enquanto Moscou preservaria posição estratégica.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, classificou como “a mais produtiva” a reunião realizada recentemente em Genebra, onde representantes dos EUA e da Ucrânia ajustaram a estrutura do plano de paz.
Paralelamente, autoridades russas e americanas mantêm encontros em Abu Dhabi para tratar do mesmo pacote de propostas.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, confirmou que o Kremlin analisa o documento apresentado pelos EUA, composto por 28 pontos, embora tenha sido recebido “por canais não oficiais”.
A Casa Branca reforçou nesta terça que o avanço é real, mas insuficiente para um desfecho imediato. Em comunicado, a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que persistem “detalhes delicados, porém não insuperáveis”, que exigirão novas conversas entre os três países.
Zelensky também demonstrou otimismo, dizendo enxergar “muitas perspectivas” para tornar viável um caminho para a paz, após quase três anos de conflito.
ATAQUE
A Rússia realizou na madrugada de ontem uma nova série de ataques aéreos “massivos” direcionados à infraestrutura energética da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, que deixaram seis mortos. As autoridades denunciaram uma “reação terrorista” do presidente russo Vladimir Putin ao plano de paz americano. Moscou relatou pelo menos três mortes em diversos ataques ucranianos no sul do país.
“Um ataque combinado massivo do inimigo contra a infraestrutura energética está em andamento”, declarou o Ministério da Energia da Ucrânia na manhã desta terça, em sua conta no Telegram.
Várias explosões e drones foram detectados, enquanto mísseis foram abatidos sobre a capital. O prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, indicou que o fornecimento de água e energia foi interrompido.
Após um alerta nacional de ataque aéreo, as autoridades relataram pelo menos seis mortos.
“Há uma ameaça de mísseis em toda a Ucrânia”, alertou Tymur Tkachenko, chefe da Administração Civil e Militar de Kiev, no Telegram.
As defesas aéreas foram ativadas e estão “abatendo alvos inimigos”, afirmou, instando os moradores a permanecerem em abrigos.
“A resposta terrorista de Putin às propostas de paz dos Estados Unidos e do presidente Trump foi lançar mísseis e drones contra a Ucrânia”, denunciou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andriy Sybiga no X.
