Otan eleva tensão com Moscou após declaração sobre ‘ataque preventivo’

A Rússia classificou como “extremamente irresponsáveis” as declarações do mais alto oficial militar da Otan sobre um possível “ataque preventivo” contra o país. A fala, dada pelo almirante Giuseppe Cavo Dragone ao Financial Times, também foi interpretada por Moscou como uma tentativa de escalada do conflito.

Na entrevista, o chefe militar afirmou que a aliança considerava “ser mais agressiva contra a guerra híbrida” atribuída à Rússia e que uma ofensiva poderia ser vista como “ação defensiva”.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse que a declaração demonstra que a Otan “não está disposta à paz”. Segundo ela, trata-se de uma tentativa de minar os esforços para resolver a crise ucraniana. “Quem faz tais afirmações deve estar ciente dos riscos e das possíveis consequências, inclusive para os próprios membros da aliança”, afirmou.

PLANO DE PAZ

Enquanto isso, autoridades russas e ucranianas discutem um plano de paz elaborado pelos Estados Unidos. Segundo agências internacionais, a proposta prevê que Kiev ceda as regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia, abra mão de parte de seu arsenal e firme um acordo de não agressão com Moscou e países europeus.

A Reuters informa que o documento, com 28 pontos, tem como base um texto de origem russa apresentado ao governo Donald Trump em outubro.

Durante viagem recente, o presidente Vladimir Putin reiterou que só encerrará a guerra se as tropas ucranianas se retirarem das áreas reivindicadas por Moscou.

A tensão aumentou na quarta-feira (26), após o vazamento de uma conversa entre o principal negociador dos EUA e um assessor do Kremlin. Um dia antes, representantes dos dois países haviam se reunido nos Emirados Árabes para discutir o plano americano.

Em mensagem na rede Truth Social, Trump afirmou que só se reunirá com Putin e Zelensky “quando o acordo para terminar a guerra estiver concluído ou em fase final” de negociação.