Tensão
EUA pedem que cidadãos americanos deixem Venezuela
Governo atualizou orientação e reforçou aviso contra viagens à região


O governo dos Estados Unidos atualizou ontem as orientações sobre viagens de cidadãos americanos para a Venezuela, em meio ao aumento da tensão entre os dois países.O Departamento de Estado americano reforçou o alerta contra viagens para a Venezuela e recomendou que cidadãos americanos que já estejam no país saiam “imediatamente”.
O aviso contra viagens a Caracas cita risco de “detenção injusta, tortura, terrorismo, sequestro, aplicação arbitrária de leis locais, crime, agitação civil e infraestruturas de saúde precárias”.
A notificação dos EUA é feita após um alerta do presidente americano, Donald Trump, de que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado fechado.
A FAA (Administração Federal de Aviação) já havia alertado companhias aéreas internacionais sobre os riscos de sobrevoar o território venezuelano diante do aumento da atividade militar na região.
Diversas companhias anunciaram suspensão nos voos de e para o território venezuelano, como Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol.
De toda forma, algumas companhias aéreas continuam operando na Venezuela. É o caso da Boliviana de Aviación e a Satena, assim como as empresas locais Avior e a estatal Conviasa.
Nos últimos meses, os Estados Unidos aumentaram a pressão contra o regime de Nicolás Maduro e realizaram diversos ataques contra barcos que supostamente estariam transportando drogas no Caribe.
Os EUA acusam Maduro de liderar um cartel, o que o ditador nega. O venezuelano também tem pedido pela paz e alertado sobre uma possível invasão americana.
SEGURANÇA PESSOAL
Nicolás Maduro intensificou as medidas de segurança pessoal em meio ao aumento das ameaças vindas de Donald Trump, informou o jornal The New York Times. Segundo a publicação, pessoas próximas ao governo venezuelano relatam um clima de crescente tensão no entorno de Maduro. Todas falaram sob condição de anonimato por temor de retaliações.
De acordo com essas fontes, o presidente passou a alternar com mais frequência os locais onde dorme e os aparelhos de telefone que utiliza, numa tentativa de evitar um possível ataque de precisão ou ação de forças especiais.
Para reduzir o risco de traição, Maduro também teria ampliado a presença de agentes cubanos em sua segurança pessoal e aumentado o papel de oficiais cubanos de contraespionagem nas Forças Armadas venezuelanas.
Outra mudança citada é a diminuição da participação de Maduro em eventos públicos programados e transmissões ao vivo, substituídas por aparições espontâneas e mensagens gravadas.
As medidas teriam começado em setembro, período em que os Estados Unidos reforçaram a presença militar na região e atacaram embarcações.
