Papa celebra Natal como festa de fé, caridade e esperança

O Papa Leão XIV celebrou sua primeira Missa do Galo na noite de ontem, na Basílica de São Pedro, transmitindo aos fiéis uma mensagem de fé, caridade e esperança. O Pontífice iniciou a homilia refletindo sobre o significado profundo do Natal, destacando que, ao longo da história, as pessoas olhavam para o céu em busca de algo que faltava na Terra. “Nesta noite de Natal, Deus enviou a estrela que surpreende o mundo”, disse, ressaltando que a luz que brota do nascimento de Jesus ilumina as trevas da humanidade.

Leão XIV frisou que, com o nascimento de Cristo, Deus não dá algo para a humanidade, mas se doa completamente. “O sinal dado a um mundo às escuras é um menino envolto em panos, deitado numa manjedoura”, afirmou o papa, destacando que não é mais necessário olhar para o céu, mas contemplar o que está diante de nós.

O pontífice comparou a “onipotência de Deus” à “impotência de um recém-nascido”, enfatizando o paradoxo divino de um Deus que se torna homem para revelar a dignidade humana.

“A luz divina que irradia deste Menino ajuda-nos a ver o homem em cada vida nascente”, continuou o Papa, sublinhando que o nascimento de Jesus traz uma nova visão do ser humano e do mundo. O Deus que se torna homem, observou Leão XIV, vem para iluminar a cegueira humana e revelar que não há espaço para Deus se não houver espaço para o outro.

Citando o papa Bento XVI, o Pontífice ressaltou que “não acolher um é não acolher o outro”, convidando os fiéis a refletirem sobre o verdadeiro significado da acolhida e da solidariedade.

Em sua homilia, Leão XIV também convocou os fiéis a enxergarem no Natal uma história de amor e esperança. O papa destacou que, enquanto a economia distorcida do mundo trata os homens como mercadorias, Deus revela a infinita dignidade de cada ser humano ao se tornar um de nós.

O pontífice também recordou seu predecessor, o papa Francisco, que, na Missa do Galo do ano anterior, ressaltou que o Natal é um tempo de gratidão e missão. Leão XIV relembrou o chamado de Francisco para levar a esperança aos lugares onde ela se perdeu, conclamando todos a viverem o Natal como um tempo de agradecimento de compromisso em testemunhá-lo ao mundo.