Ofensiva
Trump anuncia ataque em área de Porto da Venezuela
Segundo presidente americano, instalação era utilizada pelo narcotráfico


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou ontem o que classificou como o primeiro ataque norte-americano em território da Venezuela. Segundo ele, a ação teve como alvo uma instalação utilizada pelo narcotráfico para o carregamento de embarcações com drogas ao longo da costa venezuelana. O presidente não informou a data exata nem o local da operação.
A declaração foi feita durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e reforçada em entrevistas à imprensa americana. Trump afirmou que houve “uma grande explosão na área do cais onde os barcos são carregados com drogas” e disse que o local funcionava como um ponto de distribuição de entorpecentes. “Essa área não existe mais”, declarou.
Questionado sobre quem executou a operação, Trump se recusou a confirmar se a ação foi conduzida pelas Forças Armadas dos Estados Unidos ou por outra agência, como a CIA. “Sei exatamente quem foi, mas não quero dizer”, afirmou, acrescentando apenas que o ataque ocorreu “ao longo da costa”.
O presidente já havia mencionado o episódio na última sexta-feira (26), em entrevista à rádio WABC, quando disse que os EUA haviam destruído “uma grande fábrica ou uma grande instalação de onde saem os barcos”, sem citar diretamente a Venezuela.
No domingo (28), o jornal The New York Times informou que autoridades americanas confirmaram que Trump se referia a uma instalação usada por narcotraficantes no país sul-americano.
Até o momento, o Pentágono não confirmou oficialmente a operação. O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, também não se pronunciou.
A confirmação do ataque ocorre em meio à intensificação da ofensiva dos Estados Unidos contra o narcotráfico na América Latina e no Caribe. Em agosto, Trump ordenou uma mobilização militar na região com o argumento de combater o tráfico de drogas. Desde então, dezenas de embarcações foram destruídas no Mar do Caribe e no leste do Oceano Pacífico, embora provas públicas da ligação direta desses alvos com o transporte de entorpecentes não tenham sido apresentadas.
Maduro tem sido um dos principais alvos das ameaças de Trump, que acusa o presidente venezuelano de chefiar o cartel de Los Soles — classificado recentemente por Washington como organização terrorista — e de envolvimento em esquemas de tráfico internacional de drogas.
FUTURO DE GAZA
Na sexta reunião bilateral desde janeiro, Donald Trump Benjamin Netanyahu trocaram elogios públicos e endureceram o discurso contra o Irã, mas deixaram sem definições o tema central do encontro: o futuro da Faixa de Gaza. O acordo de cessar-fogo firmado em outubro enfrenta dificuldades para avançar à segunda fase, o que tem gerado irritação do presidente americano.
Trump voltou a pressionar pela implementação integral do plano, que prevê desarmamento do Hamas, governança do enclave e reconstrução do território. O republicano afirmou que Israel cumpre “100%” do acordo e alertou que haverá “consequências terríveis” caso o grupo palestino não entregue suas armas. O Hamas, por sua vez, reafirmou que não se desarmará enquanto durar a ocupação israelense.
