Internacional
Dois ex-diretores da WorldCom s�o presos

São Paulo - Dois dos principais ex-diretores da companhia de telecomunicações norte-americana WorldCom, dona da Embratel, foram presos ontem, em Nova York. Scott Sullivan, 40, antigo diretor-financeiro, e David Myers, 44, diretor de controladoria, são acusados de terem sido os mentores da fraude de US$ 3,85 bilhões que inflou os balanços da empresa. Os executivos se entregaram a agentes do FBI (a polícia federal dos EUA), em Manhattan, por volta das 7h da manhã. Sullivan e Myers, ambos de terno e gravata, foram algemados e encaminhados a um tribunal. A prisão atendeu a um pedido da Justiça Federal no Estado de Nova York. Os executivos responderão a acusações de fraude contábil e conspiração contra o mercado de ações. Ambos vinham sendo investigados pelo Departamento de Justiça dos EUA sob a suspeita de terem maquiado os balanços financeiros, registrando despesas como se fossem investimentos. A fraude fazia com que a WorldCom, segunda maior empresa de telecomunicações dos EUA, aparentasse ser mais saudável do que na verdade era. A prática mantinha os preços das ações da companhia artificialmente elevados. No auge da valorização, a ação do grupo, que pediu concordata na semana passada, chegou a valer US$ 64. Com a revelação da fraude, a WorldCom, que já enfrentava dificuldades por causa da queda em suas vendas, caiu na insolvência. As ações foram abaixo de US$ 1, e a empresa, sem dinheiro no caixa, pediu concordata, a maior da história norte-americana. Se condenados, os executivos podem pegar até cinco anos de cadeia e ficarão sujeitos a uma multa de até US$ 250 mil pelas acusações de conspiração. A pena pelos crimes de fraude pode chegar a dez anos de prisão, além de multa de US$ 1 milhão. Depois de pagarem fiança, os antigos diretores da WorldCom foram soltos e responderão ao processo em liberdade. A fiança de Sullivan foi fixada pelo juiz em US$ 10 milhões, e Myers teve que pagar US$ 2 milhões. Pentágono O Senado dos EUA, que é controlado pelo Partido Democrata (oposição), aprovou ontem um projeto de lei que prevê o repasse de US$ 355,4 bilhões ao Pentágono no próximo ano fiscal, dando ao presidente George W. Bush o dinheiro que ele quer para fazer o maior aumento nos gastos militares do país em duas décadas.