POLÍTICOS ANUNCIAM O QUE NÃO É VERDADE NAS PAREDES

Poucos edifícios, muitas casas, terrenos murados, candidatos escreviam os nomes para anunciar pretensões. Meios de comunicação sem recursos, contato direto com a multidão acontecia pelas paredes. Cada um queria chegar com mais desenvoltura, pintando retratos e frases que, por ser ligação imediata com as ruas, chamavam atenção de quem olhava. Quem tem mandato, refaz a história com roteiro diferente, usando modernidade da internet. Todos os dois, chova ou faça sol, como nos muros, aparece nas redes socias mostrando a cara e o que faz. É uma prestação de contas, tudo bem, que não fecha anseios da sociedade que, em casa, não espera se deparar com teoria porque, sem prática, nada feito. Onde se clica no computador, vai assistir anúncios que, nas conversas de mentirosos, são conhecidos como gato por lebre. Agora, os aposentados vão ganhar mais, por exemplo, diz a chamada publicada por um representante do povo. Pode riscar de vermelho – ele apenas apresentou uma sugestão, reivindicando ao governo qualquer benefício para inativos.

COLLOR, EM SILÊNCIO, PREFERE CAMINHAR PELOS MUNICÍPIOS

Dedicação especial às caminhadas pelo interior, Fernando Collor prefere ouvir a opinião do povo. Centrado no debate da conjuntura nacional em Brasília, dá prioridade às visitas pelo interior do Estado, escutando e anotando as reivindicações da sociedade. Poucos assessores ao lado, onde chega leva pelas ruas multidões que acompanham seus passos. Fora da mídia, reunião permanente com a equipe de trabalho, examina projetos e sugere propostas em defesa do país. Por onde circula, aqui ou em qualquer lugar do Brasil, é reconhecido pelo que fez de bom como presidente da República. Entre virtudes e defeitos, muita gente só enxerga o lado negativo, desconhecendo, sem analisar, os avanços que promoveu. Hoje sem aglomerações, por causa da pandemia, Collor escreveu história nos abraços e apertos de mãos Como prefeito de Maceió, seu primeiro cargo público, provocava ciúmes aos adversários da época pelo carisma natural. Governador carregado nos braços pela massa, chegou ao Planalto como esperança de uma nova Nação, derrotando o líder Lula.

FAMÍLIA CAVALCANTE COMANDA MUNICÍPIOS NA REGIÃO NORTE

Simples, humilde, profissional em fazer amizades, Cícero Cavalcante começou de baixo, abaixo do clero da política. Apanhou, bateu, empatou até que um dia resolveu entrar na dança e virou professor. Sempre ao lado de Chico Mello, deputado, seu mestre, protetor, que o ensinou os caminhos para o casamento com as ruas, que ele gostou e ficou. Bom jogador da vida, tentou entrar no futebol como cartola, mas sentiu, no CSA, que não é do ramo. Berço de tudo em Matriz do Camaragibe, várias vezes prefeito e, depois, deputado, construiu seu patrimônio do voto no Norte. Lá, também, pilota a carreira dos filhos, dominando os municípios com Flávia Cavalcante, dois mandatos de deputada estadual. No poder, recepcionado como gente grande, recebe visitas todos os dias dos mais diferentes segmentos. Abraça, ajeita os novos cabelos, abre sorrisos e, como aprendeu a malandragem, não se compromete com ninguém. Prepara o vereador Kelmann Vieira, hoje secretário estadual contra a Violência, para ser deputado federal na eleição do próximo ano.