JOSÉ ELIAS
Confira os destaques da política alagoana #JE17072021
.

ESCONDERIJOS PROTEGEM OS CANDIDATOS DO FOGO DAS RUAS
Nessa parada nas articulações para 2022, a água não para no chuveiro dos vestiários, em pleno funcionamento na entressafra. Enquanto as lideranças se fazem de mortas no campo externo, internamente pegam fogo os entendimentos. Ninguém fala sobre eleições do próximo ano, estrategicamente para não dá pista aos adversários, também escondidos.
Como um filme de espionagem, eles mandam detetives investigar por onde os concorrentes estão circulando. “Parece que o cara que a gente procura está reunido no escritório do inimigo!” - dedura o mensageiro secreto. É um ninho de fuxicos, jogando uns contra os outros, numa rede de intrigas, provocando inimizades, ciúmes, inveja e troca de desaforos.
As arengas se ampliam por aqui e, em Brasília deputados e senadores colocam o mapa do voto em cima da mesa. Arthur Lira, Fernando Collor, Marx Beltrão e Severino Pessoa botam a resenha em dia. Mas não abrem o jogo sobre as estratégias políticas que, reservadamente, discutem para chegar de surpresa no momento que o sinal abrir em Alagoas.
PORTA FECHADA SE ABRE PARA PROMESSAS DO VOTO
Listas dos candidatos passavam do limite nas convenções partidárias que oficializavam os nomes à Justiça. Muita gente ficava na regra três por absoluta falta de espaço fixado pela legislação, que não permitia exageros. O barco partia lotado, com preferência para todos os gostos, num mar que avistava, de longe, mordomias nunca vistas nos olhos deles. O novo momento, que impede alianças, a música toca diferente no som de muita gente grande. Aqueles que ditavam a escolha dos aliados e adversários, deixam de falar grosso nas mesas de decisões. Terão que alcançar um número que garanta, em cada partido, sem ajuda da sobra de votos, a realização de festas na divulgação da relação dos vitoriosos.
Sem reforço nas chapas, que mostrarão o potencial de cada um, o antes forte vira fraco nas ruas. Por exemplo, juntando-se Inácio Loiola, Breno Albuquerque, Cibele Moura e Fátima Canuto, aí reelegem deputados com folga. Quem tentar aventura, vai pular de paraquedas sem conhecer o mapa de distância, por onde vai voar e onde desembarcará em terra.
PARTIDOS NÃO VALEM NADA NAS COMPOSIÇÕES FINAIS
Maioria dos políticos batem no peito, arrotam fidelidade e juram ficar na trincheira de luta até a morte. Beijam a bandeira, choram no discurso e, acenando para o povo, festejam o que consideram uma aliança eterna, fechada para sempre. Enquanto capitalizam resultados positivos, tudo bem, participam, com interesse das reuniões, com agenda de trabalho á mesa. É tudo mentira, conversa pra boi dormir, papo sem nexo de boêmios no fechamento de bares depois da meia-noite. Na verdade, não amam ninguém, só ficam em um partido onde tenham retorno, ou seja, que conquistem vantagem. Fora disso, arrumam a trouxa, pegam o ônibus e vão repetir a dose em outro terreiro, colocando uma postura falsa nas atitudes.
Pouco seguram o rojão no mesmo lugar, como o desportista Zé Emílio, fundador do histórico MDB de Ulysses Guimarães. Ex-governador Teotonio Vilela, que mantém fidelidade ao PSDB de Mário Covas, sigla que sustentou unidade no início da jornada. Hoje em dia, muitos se vestem de proprietários e comandam cinco e seis legendas na clandestinidade.