DEPUTADOS HOMENAGEIAM SANDOVAL CAJU, QUE ESTARIA FESTEJANDO 100 ANOS

Onde chegava, construía um auditório que ficava lotado, muita gente pendurada na janela para ouvir seu papo gostoso de fim de tarde. Era assim o eterno prefeito Sandoval Caju, que, de um mote pequeno, duas palavras, por exemplo, falava sem parar até o dia seguinte.

Toda sexta-feira, tínhamos um encontro na mesa do bar para discutir política, criticar a vida alheia e se atualizar dos acontecimentos em geral. Gravata a meio pau, avesso à bebida, ele carregava uma garrafa de café no bolso do paletó, tomando um gole e coçando o bigode.

Fosse vivo, Caju estaria completando nesta segunda-feira 100 anos e, com certeza, comigo e o jornalista Ricardo Mota, celebraria a data. Aprendemos muito com sua experiência, sabedoria inigualável, acumulando coisas ruins dos inimigos e notícias boas vindas da família e dos amigos.

O deputado Zé Wanderley Neto, seu genro, pediu à Assembleia Legislativa para lembrar sua história, escrita principalmente nas campanhas. Viveu nos tempos em que o voto era respeitado por gregos e troianos e, medo das punições, o povo escolhia nomes que representava as ruas.