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Nº 5854
Maré

Zanini de Zanine

Livro celebra centenário de José Zanine Caldas e será lançado no Talk Day, dia de palestras que contará com a presença do designer Zanini de Zanine

Por Maylson Honorato, com assessoria | Edição do dia 25/10/2019 - Matéria atualizada em 25/10/2019 às 18h05

Foto: João Gaudenzi
 

Amantes da arquitetura e design têm encontro marcado neste sábado, 26, quando ocorre o Talk Day, evento dedicado às novidades, conexões diretas, parcerias e contatos profissionais nesses setores. As inscrições podem ser feitas pelo site (www.talkdaymaceio.com) e estudantes e professores têm desconto especial.

O time de ouro do Talk Day é composto por 4 palestrantes, os arquitetos Carlos Carvalho, Rodrigo Ohtake, Fernando Forte e Zanini de Zanine. O último, além de atuar como palestrante no evento, participa do lançamento local do livro “José Zanine Caldas”, pai do conceituado designer.

Mestre da madeira, criador visionário e multidisciplinar, pioneiro do pensamento sustentável, José Zanine Caldas foi um dos grandes arquitetos e designers do Brasil em todos os tempos e uma personalidade marcante na cultura do século XX, com sua postura crítica e empreendedora e uma incrível inventividade estética. O livro celebra o centenário de Zanine e revê sua trajetória a partir da pesquisa e texto de três autores: Maria Cecília Loschiavo dos Santos, professora titular de design da FAUUSP, Lauro Cavalcanti, crítico de arquitetura e diretor da Casa Roberto Marinho, e Amanda Beatriz Palma de Carvalho, pesquisadora da obra de Zanine. A publicação reúne mais de 300 imagens históricas e atuais, com destaque para ensaio do fotógrafo de arquitetura André Nazareth.

Natural de Belmonte, no litoral sul da Bahia, Zanine iniciou a vida profissional como maquetista dos mais importantes arquitetos modernos no Brasil nos anos 1940. Tempos depois, ele mesmo se tornou um expoente da arquitetura nacional, com uma leitura muito particular das influências modernas e tendo como protagonistas a madeira e o saber artesanal. No design de mobiliário, conduziu a experiência da Móveis Z, fundada em fins dos anos 1940, apostando na industrialização para apoiar – e aproveitar – a difusão de um novo estilo de vida trazido pelos ventos de modernidade. Nos anos 1950, foi paisagista e teve uma loja de vasos e arranjos de flores na Av. Paulista. Na década de 1970, viveu entre o Rio de Janeiro, onde praticamente inventou o bairro da Joatinga, e Nova Viçosa, no sul da Bahia, onde desenvolvia estruturas pré-elaboradas para seus projetos, que eram montadas e desmontadas antes de viajarem centenas de quilômetros para onde seriam fixadas, e onde produziu uma linha de móveis pesados e esculturas, que utilizavam a madeira descartada no processo de devastação da Mata Atlântica que acontecia na região e eram chamados de “móveis-denúncia”.

Além disso, em sua inquietude, Zanine se envolveu em muitos projetos sociais, pesquisou a fundo o uso da diversidade de madeiras brasileiras e circulou por diversos países – em especial a França, onde teve exposição individual no Museu de Artes Decorativas do Louvre –, estabelecendo trocas culturais e de conhecimento técnico.

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