app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5856
Maré

A cura vem de dentro

Terapias holísticas continuam a crescer no Brasil; saiba mais dessa alternativa para curar ou prevenir enfermidades

Por Victor Lima | Edição do dia 04/11/2019 - Matéria atualizada em 04/11/2019 às 14h45

Foto: jcomp/Freepik
 

O mundo sempre foi cercado de mistérios dos quais não se tem respostas exatas. As perguntas mais desprovidas de explicação você conhece de cor: de onde viemos? Para onde vamos? Por que você boceja quando alguém boceja? Brincadeiras à parte, hoje a gente convida para um mergulho nas terapias holísticas - palavra criada a partir do termo ‘holos’, que em grego significa “todo” ou “inteiro”.

Há quase 100 anos, em 1926, o holismo foi um conceito criado por Jan Christiaan Smuts. Ele o descreveu como a “tendência da natureza de usar a evolução criativa para formar um ‘todo’ que é maior do que a soma das suas partes”.

Esta é uma ideia de contemplação de mundo que pode ser aplicada em várias vertentes do conhecimento, como medicina, psicologia, física, administração, ecologia, entre outros. Como o holismo divide a natureza entre psicosfera e biosfera, falar em terapia holística no campo da medicina significa utilizar métodos diferentes da medicina convencional para curar alguma questão de saúde.

Há situações nas quais um tratamento com abordagem holística surge naturalmente e já aparece rompendo o preconceito. “Eu fui apresentada, eu nunca tinha escutado falar nada. Meu filho teve câncer, e aí, eu fui apresentada à terapias holísticas tratando dele. Foi quando eu entendi que, com amor, eu poderia tratar das doenças de dentro pra fora. Por questões religiosas, você fica com crenças limitantes, as pessoas têm muito preconceito e eu fui uma delas, até conhecer e ver como as pessoas tratavam com tanto amor, tanto cuidado”, conta a mestranda em Reiki Xamânico e ceistalterapeuta Cacilda Granja Tenório.

Foi assim que ela deu os primeiros passos no Reiki Xamânico, que é uma das possibilidades de Reiki. Cacilda explicou como funciona essa terapia. “Meu filho tratou durante 4 anos. E aí, tinha um médico pediatra. A gente só pode tratar quando a pessoa dá autorização para adentrar o seu campo energético da pessoa. Um médico pediatra que perguntou, e eu percebi que toda vez que ele aplicava o Reiki, eu percebia a mudança no comportamento, de calma do meu filho. Eu fui percebendo como isso era benéfico. Comecei a procurar e vi que ia ter um curso em Maceió, foi o primeiro, fiz o nível um e dois, e estou me aprimorando desde então”.

Cacilda é mestranda em Reiki Xamânico
Cacilda é mestranda em Reiki Xamânico - Foto: Acervo pessoal
 

O SUS já reconhece as terapias complementares como um tratamento, terapeuta reikiano já atende pelo SUS. A ideia é não precisar tratar efeitos, mas tratar as causas”, defende Cacilda.

Ela detalha uma sessão. “A primeira consulta é basicamente a anaminese, que é a primeira coisa que você tem que fazer. Tem uma ficha que você recebe e diz como você deve proceder. Então, você vai conversar com a pessoa e ela tem que preencher alguns pontos. Depois, você convida a pessoa. O mestre vai usar as técnicas, honrando os elementos da natureza, você recebe símbolos quando faz o curso e você usa esses símbolos para, através da imposição das suas mãos, curar aquela pessoa. O terapeuta reikiano xamânico vai dar ferramentas para que a pessoa se equilibre sentimentalmente e isso crie uma conexão com o físico”.

A ligação entre o interno e o externo é algo que nosso próximo personagem analisa há um bom tempo. Ligado à medicina de comunidade, o doutor Radjalma Cabral de Lima já recebeu o Prêmio Sérgio Arouca, proposto pelo Ministério da Saúde, por ter colaborado com o fim da epidemia de dengue, no início dos anos 2000, e fala sobre a o método medicinal alternativo com o qual trabalha.

Radjalma já foi premiado pelo Ministério da Saúde
Radjalma já foi premiado pelo Ministério da Saúde - Foto: Victor Lima
 

“Eu uni a experiência desses anos todos e observei que as pessoas adoecem, muitas vezes, principalmente, porque não são orientadas como se faz para não adoecer. Por outro lado, o organismo mesmo pode desenvolver mecanismos que fazem com que a saúde se apresente. De vez em quando, a pessoa leva um corte, ela recupera. Do mesmo jeito que recupera um ferimento, recupera uma condição interna, seja ela qual for. A ideia é exatamente de empoderar as pessoas e mostrar que isso é possível”, inicia o médico.

Ele desenvolve. “A ideia é orientar para que as pessoas entendam que, qualquer que seja o tratamento que esteja fazendo, o posicionamento que ela toma em relação ao tratamento é fundamental para que possa ser curada. A vontade de estar bem é muito importante. O que eu ministro não é exatamente um tratamento, é um processo de apoio para melhorar a qualidade do funcionamento do corpo, para que as pessoas aprendam a se conhecer melhor e entendam o processo maravilhoso desse organismo que é o corpo humano”.

E finaliza. “Se as pessoas que estão em áreas de periferia conseguem um resultado bom quando fazem um tratamento, imagine as pessoas que têm condições melhores. Se exame esclarecesse tudo, as pessoas não morreriam. Elas precisam acreditar mais em si mesmas”, afirma Radjalma.

Mais matérias
desta edição