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EMPODERADAS E... MAQUIADAS

Mulheres usam maquiagem como instrumento de autocuidado e contam como os cosméticos funcionam para impulsionar a autoestima

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Mais do que um capricho, a maquiagem está presente na humanidade desde o início das civilizações. No universo feminino, as adeptas usam a make como um acessório que impulsiona a autoestima e traduz em imagem o empoderamento e a confiança. Para as alagoanas, além de ressaltar a beleza, a maquiagem também pode ajudar a colocar em prática o autocuidado.

Com a vida agitada, seja em casa ou no trabalho, a falta de tempo e a exaustão podem fazer com que muitas mulheres abram mão da vaidade e, consequentemente, do uso da maquiagem. Nesse sentido, a psicóloga Laurianny Cavalcante (CRP 15/6340), defende que a aparência é um reflexo do que estamos sentindo.

“Tem mulher que se acha belíssima sem maquiagem -e tá tudo bem, mas tem mulher que gostaria de se maquiar e de transmitir uma imagem diferente, mas está exausta, ansiosa, depressiva e esse autocuidado precisa ser visto não como algo que devo fazer se der tempo, mas uma prioridade”, diz a psicóloga.

A jornalista Rayssa Cavalcante conta que não usava nada de maquiagem e começou a usar recentemente, para dar um up na autoestima.

“Eu não usava nada de maquiagem. Mesmo quando ia a casamentos, formaturas, entre outros eventos. Eu dizia que me sentia bonita sem make e realmente me sentia, mas, quando eu finalmente comecei a usar, percebi que aquilo me faltava”, recorda.

“Não que eu quisesse apenas ‘esconder’ algo, mas eu me sentia muito mais empoderada depois da maquiagem”, afirma a jornalista.

Enquanto muitas mulheres descobrem tardiamente os benefícios da maquiagem, para algumas, a relação com o poder da make começa cedo. A estudante de nutrição Victória Costa é uma dessas alagoanas que descobriu ainda na adolescência a paixão pela verdadeira arte que é pintar o rosto.

“Desde pequena aprendi a maquiar, porque sempre gostei de ver o quanto isso pode realçar e valorizar a beleza, ou como pode mudar certos detalhes que deixam a pessoa insegura”, conta a estudante.

MAQUIAGEM NO DIVÃ

Para conciliar a rotina com o autocuidado, muitas mulheres procuram apoio psicológico. Segundo a psicóloga Laurianny, dentro do consultório, as raízes do problema de autoestima são trabalhadas.

“Costumo dizer que a maquiagem é a cereja do bolo, porque pra ela existir, o autocuidado tá ali presente. Porque muitas vezes existe a vontade de se cuidar, mas não existe motivação para isso. Essa mulher precisa ser ouvida, acolhida e guiada no processo de autoconhecimento”, diz Laurianny.

Durante a maternidade e a exaustão do período de dedicação exclusiva ao bebê e as múltiplas funções, muitas mulheres abrem mão do autocuidado.

Ágatha Simões, que é mãe e artesã, foi complicado conseguir cuidar de si nos primeiros meses de nascimento do filho, mesmo com a existência de uma rede de apoio.

“A adaptação é difícil! Até a gente aprender a conciliar, cuidar de si e voltar a se sentir mulher, como antes, como sempre, não só como mãe, mas como pessoa mesmo, é complicado”, relembra a mãe do pequeno Ravi.

A jovem conta que a maquiagem, academia e ou qualquer coisa que eleve a autoestima é um tipo de terapia para ela e para todas as amigas que tiveram filhos. “São momentos libertadores! Hoje em dia, eu tento colocar uma meta de cuidar de mim pelo menos 30 minutos no dia, hidratar o cabelo, pintar uma unha, para elevar minha autoestima”, diz ela.

A maquiadora Gi Miranda afirma que a maquiagem está totalmente ligada à saúde emocional, sendo uma grande aliada durante o período materno, em que ela consegue devolver um pouco do bem estar.

“A maternidade traz consigo uma dura e difícil bagagem, a exaustão no corpo da mulher é explícita e inegável, marcas de melasma, olheiras, são consequências das longas noites mal dormidas e dos altos e baixos dos hormônios da gravidez e do pós parto. Com maquiagem conseguimos camuflar essas manchas, resgatar a beleza daquela mulher que está ali dentro, escondida por trás de tanto cansaço”, diz a maquiadora.

Gi Miranda ainda relembra o período em que foi salva pela maquiagem, logo após o nascimento do seu filho.

“Por experiência própria eu digo o quanto a maquiagem é importante nesse momento que é o pós-parto. Há 11 meses meu primeiro filho nasceu, foi um parto conturbado. Tive depressão pós parto, detestava meu corpo e as marcas que a gravidez trouxe. Na época, iniciei um projeto de lives de auto maquiagem no meu Instagram, onde eu ensino outras mulheres a se maquiar e isso foi a minha salvação, consegui enxergar novamente beleza em mim, voltei com tudo para as minhas atividades, muito mais confiante e ativa”, conta.

AUTOESTIMA NAS ALTURAS

Mesmo sendo utilizada de maneira simples e discreta por algumas mulheres, a maquiagem consegue ser a responsável pelo alavancamento da autoestima feminina.

“Eu uso maquiagem todos os dias. Minha autoestima mudou demais. Eu me sinto mais bonita, mesmo passando somente algo leve. Na verdade, eu me sinto poderosa. Acho que a maquiagem é um traço importante da mulher”, conta Rayssa Cavalcante.

De acordo com Gi Miranda, a maquiagem vai muito além das cores, pois, ela tem o poder de valorizar aquilo que a mulher tem de melhor, realçando traços e trazendo mais sensualidade e feminilidade, servindo para as mulheres de todas as idades.

“Para as mulheres mais maduras, que vão notando as temidas rugas e naturalmente se sentem mais inseguras, com alguns poucos passos e produtos é possível realçar a imagem e melhorar o seu eu interior, entendendo que dentro de você existe uma mulher linda, exuberante e muito sensual”, afirma a maquiadora.

PARA TODOS

Com seus diversos tons e formatos, além de ser uma grande aliada da autoestima, a maquiagem é inclusiva, podendo ser utilizada por todos, independente de gênero, cor ou idade.

Um dos pontos que mais encantam a jovem Victória Costa, de 20 anos, é a possibilidade de maquiar as mais diversas pessoas. “O mais legal é que tem vários modos de fazer, não tem sexo e não se limita a nada. Maquiar pra mim é um momento de reagir, que definitivamente aumenta a autoestima”, finaliza.

*Sob supervisão da editoria da Revista Maré

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