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SERÁ QUE DEU MATCH?

O que mudou, os riscos e também as histórias de quem se aventura no Tinder, o aplicativo de namoro que virou febre há dez anos

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Com o celular na palma da mão, aplicativo aberto e inúmeras possibilidades de encontrar o ‘match’ perfeito, os alagoanos aproveitam dos avanços tecnológicos para viver novas experiências e até mesmo descobrir o amor. Ao longo de 10 anos, o aplicativo Tinder vem reunindo usuários e sendo responsável pela união de casais, além de mudanças comportamentais e sociais.

Sem perder tempo, os alagoanos adeptos do aplicativo de relacionamento se divertem pelas redes, colecionam momentos marcantes causados pelo dedo que deslizou para direita e contam com orgulho como descobriram os amores de suas vidas.

Com a possibilidade de procurar o ‘par ideal’, através da descrição de hobbies, estilos de música e bebidas preferidos, por exemplo, o usuário consegue encontrar várias pessoas que podem ou não ser sua outra metade.
Seja para afastar o tédio, aumentar a lista dos ‘contatinhos’ ou encontrar um novo relacionamento, embarcar no universo do Tinder pode render boas histórias para contar. Além disso, para os tímidos, o virtual pode ser uma ótima oportunidade, levando em consideração que o aplicativo exerce uma função de facilitador no que se refere à busca por perfis.
PERRENGUES DO MATCH
Após descobrir o Tinder em uma brincadeira com as amigas, em 2014, Samylly Borges baixou o aplicativo para ver se ele fazia jus à fama que tinha e conferir os amigos e conhecidos que usam o app. Entre likes e alguns matchs, Samylly passou por alguns encontros embaraçosos antes de encontrar seu atual namorado.
Em um dos seus encontros, a advogada deu de cara com um pretendente que era totalmente o contrário do que dizia ser pelo mundo virtual, mas como já estava longe de casa e não queria perder a noite, resolveu dar uma chance.
“O rapaz morava no Francês, mas logo quando cheguei foi um grande catfish [gíria em inglês usada para designar pessoas com intenções ruins que criam perfis fakes], ele usava várias fotos jovens dele no perfil, fazia o tipo sufista, malhado, de boa, super sereno e tal, bem bicho grilo. Mas, na verdade, ele já estava mais velho e bem diferente (fisicamente) do que as fotos que ele usava”, contou ela, rindo da situação.

“Foi a maior cilada, além da noite ter sido péssima, o papo não encaixou no ‘ao vivo’, a frustração do catfish. Para completar, os pais dele “confiscaram” o carro do garoto e eu acabei voltando pra casa com um amigo dele naquelas cinquentinhas, que além de ter me cantado a viagem inteira, me deixou no primeiro ponto de ônibus de Maceió”.

Hoje, Samylly ri da situação ao lado de Lucas, com quem namora desde 2015 e foi seu match mais acertado. Após se conhecerem pelo Tinder, o casal driblou a timidez de Lucas e, desde o primeiro encontro, não se largaram mais.

PROCURANDO CONEXÕES
Já com o casal Larissa Rodrigues e Filipe Pita, o processo foi outro. Os dois embarcaram no universo do Tinder sem muita pretensão de arrumar um relacionamento, buscando apenas conexões.

Entre fases de estar bem presente no aplicativo e outras de nem tê-lo mais instalado no celular, o match veio em setembro de 2018 e uma onda de intensidade e conexão abraçou os dois, que nem imaginavam que, num futuro, se tornariam marido e mulher.

Com um início sem rótulos, Larissa conta que o marido a conquistou pelo jeito engraçado e as gargalhadas tiradas, mesmo com os dois sem querer namorar, o Tinder foi responsável pelo enlace do casal.

“Estamos juntos desde outubro de 2018, estamos casados há 2 anos e ele é o amor da minha vida de fato, espero poder viver o resto dessa vida e das próximas que virão com ele. Ele é meu amigo, meu parceiro, me respeita, respeita nossas diferenças, nossa liberdade. O Tinder é uma excelente ferramenta, tudo depende de como e do que você procura”, afirmou.

CUIDADOS
De acordo com o psicólogo João Paulo Alves (CRP 15 6139), o uso do aplicativo ainda requer cuidado para não despertar problemas para saúde mental, pois ele possibilita a venda de uma imagem que ressalta características consideradas aceitáveis, servindo como instrumentos narcísicos que valorizam o ser em evidência, menosprezando, assim, o ser em essência.

Ele também alerta para o uso desenfreado, que pode causar ansiedade e outras síndromes que, cada vez mais, estão sendo associadas a aplicativos como o Tinder.

“O fato de haver uma facilidade na busca por perfis que correspondam aos gostos de cada usuário não os isenta de lidar com as nuances de uma relação humana. Muitas pessoas relatam que passaram a se deparar com atitudes e comportamentos que foram, aos poucos, ruindo a relação. Outra queixa bastante recorrente é a agilidade dos términos e a baixa tolerância aos conflitos. Algumas relações munidas de ideais fantasiosos não se sustentam ao menor sinal de conflito, culminando em rompimentos abruptos e pouco consistentes”, explicou.

* Sob supervisão da editoria da Revista Maré

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